Noboa, do partido conservador Ação Democrática Nacional (ADN), venceu a primeira volta por uma margem de apenas 0,2% - pouco mais de 20 mil votos -- contra Luisa González, do movimento Revolução Cidadã (RC) - partido liderado pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), que se encontra no exílio.
A primeira volta das eleições presidenciais no Equador aconteceu em 09 de fevereiro.
Durante a primeira volta, tanto Noboa como González relataram alegadas irregularidades na contagem dos votos, mas as missões de observação eleitoral da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que compõem as duas maiores delegações, endossaram a transparência do processo e descartaram possíveis fraudes.
Este é o segundo confronto entre os dois candidatos. Daniel Noboa, de 37 anos, e Luisa González, de 47 anos, enfrentaram-se em 2023 quando o então presidente Guillermo Lasso decidiu dissolver o Parlamento, encurtar o seu mandato e convocar eleições para um mandato presidencial intermediário de dois anos, que foram vencidas por Noboa.
O Governo de Lasso foi atingido por escândalos de corrupção, o que desencadeou grandes manifestações populares, por uma grave crise económica, além do aumento da criminalidade associada ao tráfico de drogas.
O aumento da violência no país sul-americano está ligado ao tráfico de cocaína produzida nos vizinhos Colômbia e Peru. Os cartéis mexicanos, colombianos e dos Balcãs estabeleceram-se no Equador e operam com a ajuda de criminosos locais.
Os gangues equatorianos, aos quais Noboa declarou "guerra" durante a sua Presidência, foram responsabilizados pela escalada de violência que levou o Equador a ter a maior taxa de homicídios da América Latina em 2023, uma tendência que se agravou no início de 2025, com uma média de um assassínio a cada hora.
Sob a Presidência de Noboa, a taxa de homicídios desceu de 8.237 em 2023 para 6.964 no ano passado. Ainda assim, manteve-se muito acima dos 1.188 homicídios registados em 2019. O país está em estado de emergência desde que Noboa autorizou, em janeiro de 2024, a mobilização de militares em determinados locais, incluindo prisões, onde o crime organizado está instalado.
A Missão de Observação Eleitoral da OEA está no Equador para supervisionar a segunda volta das eleições presidenciais. Liderada pelo antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Chile Heraldo Muñoz, a missão é composta por 84 especialistas e observadores de 20 países.
A Missão de Observação Eleitoral (MOE) da União Europeia terá mais de 100 observadores no dia das eleições no Equador. Nos próximos dias, uma delegação de membros do Parlamento Europeu, assim como diplomatas de embaixadas europeias acreditadas no Equador, vão juntar-se à delegação para reforçar a observação da votação, a contagem dos votos e a publicação dos resultados eleitorais para as eleições agendadas para o próximo domingo.
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