São as primeiras declarações de Netanyahu desde que a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, iniciou negociações com Teerão, numa tentativa de concluir um novo acordo sobre o programa nuclear iraniano.
Uma nova ronda de negociações está agendada para sábado, em Roma, sob mediação de Omã.
"Como o primeiro-ministro tem afirmado repetidamente, Israel não permitirá que o Irão adquira armas nucleares", afirmou o gabinete de Netanyahu num comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Segundo o gabinete, Netanyahu "tomou inúmeras medidas, tanto públicas como secretas, na luta contra o programa nuclear iraniano, sem as quais o Irão possuiria hoje um arsenal nuclear".
Tais medidas, que não foram especificadas, atrasaram o programa nuclear do Irão "durante quase uma década", acrescentou a mesma fonte.
Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, e Israel há muito que suspeitam que o Irão pretende adquirir armas nucleares.
Teerão rejeita as alegações e defende ter o direito à energia nuclear para fins civis, nomeadamente energéticos.
O Irão e os Estados Unidos, inimigos desde a Revolução Islâmica de 1979, iniciaram conversações no sábado passado sob a mediação de Omã.
Concordaram em prosseguir as conversações no sábado, em Roma.
O jornal The New York Times afirmou hoje que Donald Trump dissuadiu Israel de atacar as instalações nucleares do Irão, em favor da diplomacia.
Também hoje, durante uma visita a Teerão, o chefe da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que o tempo para chegar a um acordo estava a esgotar-se.
Numa entrevista ao jornal Le Monde publicada na quarta-feira, Grossi afirmou que o Irão não estava longe de ter a bomba atómica.
Um anterior acordo internacional com o Irão foi concluído em 2015, mas caducou após a decisão de Trump de retirar os Estados Unidos do pacto em 2018 durante o primeiro mandato presidencial (2017-2021).
Desde que regressou à presidência, em janeiro, Trump apelou ao Irão para negociar um novo texto, mas ameaçou bombardear o país se a diplomacia falhar.
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