"O que mais me impressionou foi a inabalável clareza moral --- na promoção da justiça e da reconciliação, na defesa do multilateralismo e no respeito pelo direito humanitário", disse Alain Berset, numa declaração publicada no 'site' do Conselho da Europa.
Nesta declaração, o Conselho da Europa, responsável por garantir o respeito pela democracia e pelos direitos humanos entre os 46 Estados-membros, sublinhou que "o mundo perdeu um pacificador".
A organização sediada em Estrasburgo, no leste de França, prestou também homenagem a um "fervoroso defensor" dos valores europeus.
O presidente da entidade lembrou os encontros que manteve com Francisco, com quem discutiu "os esforços pela paz e pela humanidade, desde a Ucrânia à Colômbia", passando também pela República Democrática do Congo e pelo Bangladesh.
"Também discutimos as alterações climáticas, que [o Papa] via não só como uma emergência ecológica, mas também como um imperativo moral, tal como a guerra na Ucrânia --- uma tragédia humana que, na sua visão, era também um teste aos nossos valores partilhados", continuou.
"É um dia triste. Perdemos um grande defensor das pessoas mais marginalizadas e esquecidas das nossas sociedades. Que descanse em paz", comentou o comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, Michael O'Flaherty, na rede social X.
O Papa Francisco morreu aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.
Nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.
O Papa esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.
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