Tsipras, que falava numa reunião com o grupo parlamentar do Syriza, evocou as dificuldades e o clima que o governo teve de enfrentar durante as negociações, destacando a "forte posição negocial" grega, segundo participantes na reunião citados pela imprensa.
Entre os principais benefícios do acordo, o primeiro-ministro referiu que "troca o resgate por um empréstimo ponte, deixa para trás as medidas de austeridade, evita a asfixia económica e acaba com o excedente primário (saldo orçamental antes do pagamento dos juros da dívida) pouco realista".
Sobre a lista de reformas enviada aos parceiros europeus, Tsipras assegurou que ela permite ao governo grego substituir as medidas do anterior memorando por uma série de objetivos do programa de governo no âmbito do combate à pobreza.
Mas, sublinhou, o governo tem de acelerar o ritmo de trabalho na definição e aplicação das reformas para "construir" a sua credibilidade.
"Vamos ser julgados pela nossa capacidade de governar e não pela nossa competência para negociar", disse, afirmando-se "disposto a incidir em questões espinhosas que persistem há décadas" no país, como a reforma do IVA, o combate à fraude fiscal e à corrupção.
A lista de reformas apresentada por Atenas aos credores para ver prolongado o programa de assistência até junho suscitou críticas de deputados e mesmo de membros do governo Syriza, que receiam que o ambicioso programa de reformas sociais saia limitado.
Foi o caso do ministro da Restruturação da Produção, Ambiente e Energia, Panayotis Lafazanis, que negou hoje categoricamente qualquer privatização no setor da energia, apesar de o plano de reformas afirmar que serão respeitadas as privatizações já realizadas e os procedimentos iniciados.
"No setor da energia não vai haver nenhuma privatização, nem a PPC (eletricidade), nem a DEPA (gás), nem a HEP (combustível). O que eu disse sobre este tema mantém-se intacto até hoje", disse Lafanzanis à imprensa grega.