Ibn Chambas falava um dia depois de ter estado em Banjul, integrado numa missão de quatro chefes de Estado da África Ocidental para tentar convencer Jammeh a reconhecer definitivamente a sua derrota nas presidenciais e a ceder o poder.
"A oposição ganhou a eleição, que foi justa", afirmou o representante especial na região do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon.
O mandato de cinco anos de Jammeh termina a 19 de janeiro, lembrou Ibn Chambas, adiantando que "ele deve estar pronto a ceder o poder" nessa data.
Até lá, "é Jammeh que é o presidente constitucionalmente eleito. Esperamos que durante este período todas as suas ações sejam conformes à Constituição", sublinhou o responsável da ONU.
Após um dia de discussões, na terça-feira, a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, que conduzia a delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, reconheceu que ainda não existia acordo acerca da partida de Jammeh.
No mesmo dia, o partido no poder pediu ao Supremo Tribunal para anular os resultados das eleições de 1 de dezembro, ganhas por Adama Barrow com 19 mil votos de diferença.
Jammeh, 51 anos e há 22 no poder, admitiu inicialmente a derrota, mas na sexta-feira à noite voltou atrás e recusou aceitar o resultado das eleições, alegando irregularidades na votação.
A União Africana considera que as eleições foram "livres e transparentes" e defende uma transferência de poderes "rápida e pacífica" para preservar a estabilidade e a democracia na Gâmbia e em toda a região.
Jammeh chegou ao poder em 1994 através de um golpe de Estado e é há muito acusado por organizações de defesa dos direitos humanos de deter, torturar e assassinar opositores.