A organização, Voice370, emitiu um comunicado no qual se manifesta "consternada" pela decisão, qualificando de "cortina de fumo" a reunião entre os responsáveis dos três países envolvidos nas buscas do Boeing 777 desaparecido com 239 pessoas a bordo.
O texto refere que o Gabinete Australiano para a Segurança dos Transportes (ATSB), que dirige as buscas, recomendou a 20 de dezembro o prosseguimento das operações numa área de 25.000 quilómetros quadrados a norte da zona rastreada até ao momento.
"No nosso entender, estender a busca à nova área definida pelos peritos é uma obrigação ineludível para com o público e no interesse da segurança aérea. Não se pode permitir que aviões comerciais desapareçam sem rasto", afirmam.
Na China, país de origem de 153 das 239 vítimas do MH370, familiares das vítimas ouvidos pelos 'media' disseram-se "à deriva" com a decisão de suspender as buscas e ainda esperançados de que os seus próximos ainda estejam vivos.
"Penso que estão a esconder os passageiros", afirmou em lágrimas Zhang Huijun, que perdeu marido e filha no acidente.
"Não passa um dia sem que dedique um tempo considerável a pensar qual pode ser o ponto das buscas. Mesmo sendo provável que nunca mais vejamos os nossos familiares, não deixamos de querer saber o que aconteceu", explicou K.S. Narendran, que perdeu a mulher no incidente.
Outros manifestam-se conformados: "Tornou-se um facto que não conseguem encontrar o avião, talvez nunca. Não temos escolha, temos de o aceitar", disse Nan Jinyan, cujo irmão perdeu a namorada.
A Austrália, China e Malásia anunciaram hoje num comunicado conjunto o fim das buscas na área de 120.000 quilómetros quadrados onde se pensava que se encontrariam os restos do aparelho.
"Apesar de todos os esforços usando a melhor ciência disponível, tecnologia de ponta e aconselhamento por profissionais altamente qualificados e dos melhores do mundo, infelizmente não pudemos localizar o aparelho", lê-se no texto.
"Consequentemente, a busca submarina pelo MH370 foi suspensa", acrescenta o comunicado, assinado pelos ministros dos Transportes malaio, Liow Tiong Lai, australiano, Hon Darren Chester, e chinês, Li Xiaopen.
A companhia aérea assegurou por seu lado que as buscas foram "exaustivas e abrangentes" e manifestou a expectativa de que, "num futuro próximo", informações "novas e significativas" possam levar à localização do aparelho.
O avião da Malaysia Airlines desapareceu dos radares a 8 de março de 2014, cerca de 40 minutos depois de descolar de Kuala Lumpur para um voo com destino a Pequim.
A bordo viajavam 153 chineses, 50 malaios -- 12 deles tripulantes -- sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três norte-americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadianos, dois iranianos, um russo, um holandês e um taiwanês.
Até hoje apenas foram recuperadas peças arrastadas pelas correntes do Índico até praias da Ilha de Reunião, de Moçambique, Maurícias ou África do Sul, na costa oriental africana.