O Boletim de Cientistas Atómicos pode amanhã adiantar o Relógio do Apocalipse (Doomsday Clock).
Este relógio marca atualmente três minutos para meia-noite, indicando que vivemos uma situação tão perigosa quanto a da Guerra Fria, o último período da história em que o ponteiro dos minutos esteve tão avançado.
Contudo, contra o jornal Metro, os ponteiros podem avançar ainda mais, estando um encontro do grupo responsável pelo relógio agendado para esta quinta-feira.
No mês passado, o Boletim de Cientistas Atómicos alertou para a “tensão entre os Estados Unidos e a Rússia, a níveis que lembram a Guerra Fria, a ameaça das alterações climáticas e as preocupações nucleares”, fatores que influenciarão o ajuste na ‘hora’.
Sem referir diretamente Donald Trump, este será em parte responsável por afastar ou aumentar os alertas mundiais nestes três campos.
Recorde-se que o republicano considera as alterações climáticas "uma farsa", tendo já anunciado que os EUA vão abandonar a sua política de redução de energias poluentes e retomar as perfurações do petróleo e gás de xisto.
Também admitiu poder ordenar o uso de bombas nucleares, nomeadamente no Médio Oriente. Questionado sobre se usaria uma bomba na Europa, a resposta foi “não vou tirar essa hipótese de cima da mesa”.
O relógio do Apocalipse foi criado em 1947 para mostrar, simbolicamente, quanto tempo faltava para a civilização enfrentar uma catástrofe global.
É gerido por um boletim de cientistas que ajudaram a desenvolver a bomba atómica e conta atualmente com 18 prémios Nobel entre os seus diretores e patrocinadores.
Desde a sua criação, o relógio do Apocalipse viu os seus ponteiros moverem-se 22 vezes em resposta a acontecimentos mundiais.