Museu de Nova Iorque promove artistas muçulmanos em resposta a Trump

O famoso Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova Iorque decidiu expor obras de artistas de vários países visados pelo decreto anti-imigração de Donald Trump, Presidente norte-americano, num ato de protesto contra o documento.

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© Reuters

Lusa
04/02/2017 17:01 ‧ 04/02/2017 por Lusa

Mundo

Estados Unidos

Sete obras de artistas do Sudão, Iraque e Irão foram instalados na quinta-feira no quinto andar do MoMA, substituindo obras de pintores como Picasso, Matisse ou Picabia, revelou o New York Times.

Entre as obras contam-se trabalhos realizados pelo pintor sudanês Ibrahim El-Salahi e pelo arquiteto de origem iraquiana Zaha Hadid, bem como por diversos artistas de ascendência iraniana como a cinegrafista Tala Madani, o escultor Parviz Tanavoli, o pintor Charles Hossein Zenderoudi, a fotógrafa Shirana Shahbazi e o pintor Marcos Grigorian.

Ao lado de cada trabalho, o museu colocou a seguinte inscrição: "Este trabalho é de um artista nativo de um país cujos cidadãos são impedidos de entrar nos Estados Unidos (EUA), de acordo com o decreto presidencial de 27 de janeiro de 2017".

O museu vai também projetar durante este mês vários filmes realizados por pessoas originárias dos sete países de maioria muçulmana que estão sujeitos à proibição de acesso ao território dos EUA (Iémen, Irão, Iraque, Líbia, Síria, Somália e Sudão).

O decreto presidencial promulgado pela nova administração Trump com o objetivo de rever o regime antiterrorismo nas fronteiras do país desencadeou uma onda de protestos em todo o território norte-americano e provocou a instauração de vários recursos da decisão na Justiça.

No fim de semana passado, logo após a sua aprovação, o documento levou à detenção de 109 pessoas que residiam legalmente nos EUA, segundo a Casa Branca, enquanto centenas de outros foram impedidos de embarcar nos aviões com destino aos EUA.

Entretanto, o Departamento de Estado dos EUA revogou o cancelamento de vistos para cidadãos de sete países muçulmanos, depois de um juiz federal ter bloqueado o decreto anti-imigração do Presidente.

O Departamento anunciou que cerca de 60.000 cidadãos dos países em causa tiveram os respetivos vistos "provisoriamente revogados" em cumprimento do decreto presidencial.

A decisão de revogar o cancelamento, acrescentou, foi tomada depois de notificação do Departamento de Justiça da decisão do juiz federal.

A partir de agora, precisou, as pessoas que estavam abrangidas pelo decreto e que tenham um visto válido podem entrar nos Estados Unidos.

O juiz federal James Robart, de Seattle, ordenou na sexta-feira a suspensão temporária, a nível nacional, da proibição de entrada a pessoas de sete países de maioria muçulmana, em vigor há uma semana.

A ordem temporária do juiz vigora até ser efetuada uma revisão completa da queixa apresentada pelo procurador-geral de Washington, Bob Ferguson.

 

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