O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta quinta-feira a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, relativo às alterações climáticas.
Donald Trump começou por dizer numa conferência de imprensa no jardim da Casa Branca que está a cumprir "uma a uma" todas as "promessas que fiz aos americanos. Os frutos do nosso trabalho vão ser reconhecidos em breve."
De seguida deixou críticas ao Acordo assinado em Paris. "O Acordo não tem tanto a ver com o ambiente, mas sim com outros países ganharem um vantagem económica sobre os Estados Unidos", insistindo que o país ficaria "numa situação economicamente muito desvantajosa".
Trump também não poupou nas críticas aos países que assinaram o Acordo e que na sua opinião queriam penalizar os Estados Unidos. "Eles não colocam a América em primeiro lugar, nós sim".
"Como alguém que se preocupa muito com o ambiente, não posso apoiar um acordo que penaliza os Estados Unidos. Este acordo não penaliza países mais poluidores. A China pode fazer o que quiser durante 13 anos, nós não".
E exemplificou: "A China pode construir várias fábricas de carvão, mas nós não podemos. Até a Europa pode continuar a construir fábricas de carvão".
Trump referiu por diversas vezes no seu discurso que este acordo "iria prejudicar os americanos que adoro" e afirmou que "nenhum líder responsável poderia colocar os trabalhadores e as pessoas do seu país nesta debilitante desvantagem".
E acrescentou que "no fundo, este Acordo é muito injusto, ao mais alto nível, para os Estados Unidos”.
O líder norte-americano disse que o Acordo iria custar 2,7 milhões de empregos aos Estados Unidos até 2025.
O Presidente não fechou, no entanto, a porta a uma renegociação do Acordo de Paris. "Vamos sair mas vamos começar a negociar. E vamos ver se conseguimos negociar um acordo melhor, se conseguirmos excelente. Se não, tudo bem na mesma."
A decisão de Donald Trump não foi propriamente surpreendente. Já era esperada, principalmente depois de Trump ter adiantado no Twitter que iria falar sobre os Acordo de Paris hoje. A Casa Branca já teria informado os membros do Congresso à tarde sobre a decisão de Trump.
A decisão agora anunciada por Donald Trump deita por terra os esforços dos líderes mundiais para combater as mudanças climáticas e que culminaram com a assinatura do Acordo de Paris.
A posição de Trump sobre o aquecimento global e as alterações climáticas já era conhecida há vários anos e o Presidente norte-americano até admite que o aquecimento global não passa de uma “invenção” por parte da China.
A comunicação de Donald Trump, nos jardins da Casa Branca, em Washington, estava marcada para as 15:00 locais (20:00 em Lisboa), mas foi atrasada devido a um ataque a um hotel-casino em Manila, que provocou dezenas de feridos.
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, informou na rede social Twitter que Trump estava "ciente da situação em Manila" e estava a ser "atualizado pela sua equipa de segurança nacional".