A demora na identificação do corpo de um espanhol que perdeu a vida no atentado terrorista do passado sábado em Londres levantou uma onda de críticas em Espanha.
Ignacio Echeverría estava desaparecido desde sábado à noite, mas só na quarta-feira a sua morte foi efetivamente confirmada, levando até a que se suspeitasse que o homem de 39 anos havia morrido vítima dos disparos lançados pela polícia britânica.
A suspeita – que a imprensa espanhola noticiou – foi desmentida pela Polícia Metropolitana de Londres, mas nem assim o assunto foi esquecido. E surgem mesmo comparações com a atuação das autoridades espanholas aquando do atentado terrorista de 2004 em Madrid.
Faltavam três dias para as eleições espanholas quando vários ataques coordenados na linha de metro provocaram a morte a 192 pessoas e feriram mais de duas mil. Nessa altura, recorda agora o El Mundo, seis dias chegaram para reconhecer todos os corpos e identificar as vítimas mortais.
O jornal espanhol diz mesmo que, nas primeiras 12 horas, foi feita a identificação de 155 vítimas. Para tal, tiveram de ser colocados em marcha todos os recursos humanos e materiais existentes e adotado um método de trabalho ininterrupto até que todos os corpos fossem identificados.
A adensar as críticas está ainda a forma como morreram as vítimas de cada um dos atentados. Se, em Londres, o ataque foi desferido com um automóvel e facas, em Madrid os passageiros do metro foram atacados com explosivos, o que terá certamente dificultado o trabalho da equipa forense.