Num discurso de quase uma hora, proferido no Grande Palácio do Povo, Xi Jinping, também comandante do exército, assegurou que Pequim "nunca invadirá outros países, mas pode lutar contra qualquer agressão".
A China "não permitirá a ninguém, de nenhuma forma, que separe nem um pedaço de terra do país", disse Xi, que presidiu a uma reunião com três mil pessoas, a maioria militares, por ocasião dos 90 anos da fundação do ELP.
O ELP é uma instituição "do povo, para o povo e pelo povo", afirmou Xi, que lembrou o início do exército chinês como uma milícia formada para combater o Governo do Partido Nacionalista Kuomintang (KTM), a 01 de agosto de 1927, em Nanchang, a capital da província de Jiangxi, no sudeste do país.
Fundado seis anos antes, o Partido Comunista Chinês (PCC) "estava em perigo de ser perseguido e assassinado, a revolução estava num momento crucial e entendeu que sem forças armadas (...) não podia vencer a revolução", afirmou Xi.
O líder comunista sublinhou que em 90 anos de história, o ELP "venceu ferozes inimigos" e recordou o seu papel em episódios históricos, como a luta contra a invasão japonesa, a guerra civil contra o KMT ou a "vitória na resistência contra a invasão da Coreia pelos Estados Unidos" (1950-53).
Xi recordou muitos dos lideres que participaram dessa história, desde Zhou Enlai ou Zhude, a Liu Shaoqi, Deng Xiaoping ou o fundador da República Popular da China, Mao Zedong.
O Presidente chinês destacou que o exército se modernizou e "passou das espingardas a um poder informatizado", insistindo que deve obedecer às ordens do PCC. "Mao [Zedong] disse que o Partido manda no exército, não o contrário", sublinhou.
Após a ascensão de Xi Jinping ao poder, várias altas patentes do exército foram afastadas na sequência da campanha anticorrupção lançada pelo Presidente, que lembrou que as forças armadas devem ser "limpas e livres de corrupção".
Pequim mantém disputas territoriais com a Índia, Japão e vários países no Mar do Sul da China, tendo prometido reunificar Taiwan pela força, se necessário.