"Totalizamos a perda de 44 vidas humanas e o número de famílias afetadas é 9.523, ou seja, são 77.225 as pessoas atingidas", precisou na rádio o diretor da Proteção Civil nacional, Boubakar Bako.
Um balanço anterior feito em meados de julho pela ONU dava conta de 23 mortos e 19.459 afetados.
Das 44 vítimas mortais, 41 perderam a vida devido ao desabamento das suas casas e as restantes três por afogamento, lamentou Bako.
Niamey, a capital nigerina, registou 17 mortos, a maioria dos quais crianças, segundo as autoridades municipais.
As fortes chuvas destruíram também mais de 8.000 habitações, das quais 7.100 casas e 1.054 cabanas tradicionais, contabilizou o diretor da Proteção Civil.
Mais de 4.360 cabeças de gado foram igualmente dizimadas pelas inundações que causaram, na quase totalidade das oito regiões do país, graves prejuízos materiais em estabelecimentos comerciais e destruíram searas, pomares e estradas.
No final da semana passada, as autoridades do Níger apelaram aos milhares de habitantes de Niamey para abandonarem as suas casas, ameaçadas pela subida das águas, e se alojarem temporariamente em escolas.
Um país pobre, com 17 milhões de habitantes e três quartos do território desértico, o Níger confronta-se regularmente com crises alimentares devido à seca e com graves inundações ligadas às alterações climáticas.
A estação das chuvas começa habitualmente em junho e dura, no máximo, entre três e quatro meses.
Em meados de maio, a ONU tinha alertado para os riscos de novas inundações este ano, e o Níger e os seus aliados haviam já elaborado um "plano de apoio" de 6,5 milhões de dólares.
Em 2016, pelo menos 50 pessoas morreram em cheias que afetaram 145 mil pessoas, nomeadamente nas regiões desérticas de Agadez e Tahoua.