O governo central espanhol quer saber se a Catalunha declarou ou não a independência, preparando-se para levantar a autonomia da região através do artigo 155º da Constituição espanhola.
Para obter uma resposta por parte do presidente do governo regional, Mariano Rajoy deu um segundo prazo ao responsável para clarificar a sua posição e, assim, decidir qual será a posição do governo central face a uma possível declaração de independência.
Este segundo prazo terminava hoje às 10h00 locais (09h00 em Portugal) e, poucos minutos antes do ‘apito final’, a estação de rádio RAC 1 divulgou a carta enviada hoje a Mariano Rajoy.
“No dia 10 de outubro, o Parlamento celebrou uma sessão com o objetivo de confirmar o resultado do referendo e os seus efeitos, tendo-se proposto deixar em suspenso os efeitos da consulta popular”, começa por dizer Puigdemont na referida missiva.
Nesta senda, o presidente regional catalão defende que foi decidida a suspensão para que se pudesse manter um “diálogo” tão pedido por instâncias nacionais e internacionais.
Carta de Carles Puigdemont a Mariano Rajoy© RAC1
Porém, sublinha, o Governo central não se tem mostrado interessado em conversar, pois Puigdemont garante ter enviado uma carta na última segunda-feira na qual pedia uma reunião, pedido que não foi atendido.
O líder catalão faz sobressair que “continua vigente a suspensão” da declaração da independência, mas se o Governo central “insistir em impedir o diálogo e continuar a repressão, o Parlamento da Catalunha poderá proceder, se considerar oportuno, votar a declaração formal de independência que não se votou no dia 10 de outubro”.
E esta ameaça aplica-se também se Mariano Rajoy decidir levantar a autonomia da região através da aplicação do artigo 155º da Constituição espanhola.