No mercado mais antigo de Cabul, no Afeganistão, são transacionadas meninas, adolescentes e mulheres, que os intermediários vendem a homens à procura de uma (ou várias) esposa(s).
Amador Guallar, repórter do El Mundo, encontrou-se com um destes mediadores, um homem que admite não fazer mais do que seguir uma prática que tem já “centenas ou milhares de ano”.
Do bolso, o homem tira as fotografias de cinco meninas, menores de idade, que as famílias se predispuseram a vender para fazer face às dificuldades financeiras. Fazem-no, segundo o jornalista, num ato de desespero, ainda que no país o casamento infantil seja um crime.
“Eu não sequestro meninas, não obrigo ninguém a dar-me as suas filhas. O que faço é por as famílias em contacto com homens que procurem uma esposa. Uma mulher deve formar família e eu ajudo-as a encontrar marido”, alegou o homem cujo nome não é divulgado.
As adolescentes “facilitadas” (termo usado para dizer compradas/vendidas) são, admite o mesmo, “jovens, mas não suficientemente maduras para serem férteis”. Afinal de conta, tratam-se de meninas, crianças, ainda a atravessar a adolescência.