"Jerusalém é e sempre será a capital da Palestina"

Organização de Cooperação Islâmica reuniu de emergência, na Turquia, esta quarta-feira para debater a decisão de Donald Trump em reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

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Pedro Bastos Reis
13/12/2017 10:46 ‧ 13/12/2017 por Pedro Bastos Reis

Mundo

Mahmoud Abbas

O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, afirmou esta quarta-feira que a decisão de Donald Trump em reconhecer Jerusalém como capital de Israel constitui o “maior crime” e que “ultrapassa todas as linhas vermelhas”.

Num discurso a partir da Turquia, Abbas reforçou a posição de que Jerusalém é a capital da Palestina, acusando os Estados Unidos de a estarem a entregar “como se fosse uma cidade norte-americana”. “Jerusalém é e sempre será a capital da Palestina”, reiterou.

Abbas apelou ainda à intervenção das Nações Unidas no processo de paz no Médio Oriente, uma vez que, diz, os Estados Unidos não estão habilitados para tal devido ao seu comprometimento com Israel. 

As críticas a Donald Trump não se ficaram por aqui, e o presidente da Autoridade Palestiniana juntou-se à indignação do presidente turco, Recep Tayyid Erdogan, considerando inaceitável a posição dos Estados Unidos.

A abrir a conferência extraordinária da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), convocada precisamente por Ancara, o presidente turco acusou Israel de ser um “Estado terrorista” e de estar a ocupar os territórios palestinianos. Nesse sentido, o chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, pediu o “reconhecimento do Estado palestiniano com base nas fronteiras de 1967, com capital em Jerusalém Oriental”.

Desde que Donald Trump anunciou há uma semana que ia mudar a embaixada dos Estados Unidos em Israel de Telavive para Jerusalém, isto depois de reconhecer a Cidade Santa como a capital israelita, que se têm sucedido as declarações de condenação por parte da comunidade internacional, em particular dos países muçulmanos.

Para além disso, têm-se sucedido os protestos um pouco por tudo o mundo islâmico. Os últimos dias têm sido de tensão nas ruas de Gaza e da Cisjordânia ocupada. Pelo menos quatro palestinianos morreram e centenas ficaram feridos na sequência dos confrontos com militares israelitas.

O Hamas, com o apoio do Hezbollah libanês e do Irão, pediu uma nova Intifada. As posições que saíram da Organização de Cooperação Islâmica reunida esta quarta-feira podem ser decisivas para o futuro da região.

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