Foram gastos cerca de 2,5 mil milhões de euros para descobrir uma nova - supostamente menos prejudicial - forma de fumar. O IQOS, o tabaco aquecido desenvolvido pela tabaqueira Philip Morris, que chegou a Portugal em 2016, vê a sua entrada no mercado norte-americano a esbarrar em dificuldades.
De acordo com a Reuters, a Food and Drug Administration, a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, não ficou convencida com os argumentos da tabaqueira que defende que esta solução é mais saudável do que o cigarro tradicional.
A tabaqueira promete a mesma quantidade de nicotina que um cigarro com apenas 10% das toxinas que derivam do fumo. Mas estudos realizados parecem não convencer a (FDA).
Não obstante, num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, A Tabaqueira esclarece que "aquilo que esteve em apreciação foi apenas um conjunto de alegações sobre risco reduzido que a Philip Morris International pretende efetuar quando iniciar a comercialização do IQOS nos EUA, sendo que a decisão de autorização da comercialização corre um processo decisório independente, o qual está igualmente em curso".
Fonte oficial da empresa que comercializa este produto em território luso faz questão de vincar ainda que "o Comité concordou esmagadoramente com a alegação de que o aerossol resultante da utilização do IQOS reduz significativamente a exposição dos consumidores aos constituintes nocivos e potencialmente nocivos presentes no fumo dos cigarros a que estão expostos os fumadores. O Comité considerou que é prematuro ainda, no estádio atual do processo de avaliação científica, pronunciar-se favoravelmente em relação a alegações segundo as quais o consumo de IQOS, não obstante a redução da exposição acima referida, se traduz para os seus utilizadores numa redução dos riscos de materialização das patologias normalmente associadas ao consumo de produtos de tabaco combustíveis".
Em Portugal cerca de 70 mil portugueses trocaram cigarros por IQOS© Reuters
Saliente-se que a Portugal o IQOS chegou há cerca de dois anos, comercializado pela Tabaqueira, da multinacional Philip Morris, e apresentado pela empresa como contendo menos 90% a 95% de produtos nocivos.
Ora, recentemente, em declarações à Lusa, o presidente da Confederação Portuguesa para a Prevenção do Tabagismo, Emanuel Esteves, alertava para os perigos inerentes a estes novos produtos de tabaco. "Tem de haver cuidado em marcar claramente aquilo que é menos prejudicial e o que é inofensivo. Haver redução das substâncias cancerígenas não é eliminação dessas substâncias", fazia, então, sobressair.
Questionada pela Lusa na sequência desse alerta, feito em dezembro de 2017, a Tabaqueira salientava:"É fundamental que os cerca de dois milhões de adultos que, entre nós, continuam a fumar saibam que da Alemanha aos Estados Unidos, que da Rússia ao Reino Unido, houve já instituições científicas independentes e credíveis a levarem a cabo uma avaliação substancial dos novos produtos de tabaco e nicotina sem combustão, como o de tabaco aquecido", acrescentando que "todos os resultados até agora [dezembro de 2017] divulgados apontam para que estes novos produtos, não sendo inócuos, são melhores escolhas que os cigarros".
[Notícia atualizada dia 05/02]