"O Governo sul-coreano tem conhecimento de que o desfile militar começou em Pyongyang antes do meio-dia" (04:30 em Lisboa), disse uma fonte da Defesa, em Seul.
Mais de dez mil tropas treinaram para se apresentar na parada e residentes praticaram em praças de Pyongyang com ramos de flores em plástico que serviram para formar 'slogans' durante o desfile.
De acordo com um responsável do Governo sul-coreano, dezenas de milhares de pessoas participaram ou assistiram à parada, esta manhã, na capital norte-coreana.
Ao contrário do que tem acontecido em outras ocasiões e eventos semelhantes, os 'media' internacionais não tiveram acesso à parada, na praça Kim Il-sung, e a televisão estatal KCTV não fez a transmissão em direto do desfile, que percorreu as principais ruas da capital norte-coreana. O desfile realizou-se num dos momentos de maior aproximação entre as duas Coreias.
No mês passado, a Coreia do Norte anunciou que ia comemorar o dia das forças armadas a 08 de fevereiro, véspera da abertura dos Jogos Olímpicos de PyeongChang, o que causou algum mal-estar em Seul por receios de que o desfile pudesse ensombrar os acordos alcançados para a participação do Norte no evento desportivo.
O último desfile militar realizado na Coreia do Norte foi a 15 de abril último, por ocasião do 105.º aniversário do nascimento de Kim Il-sung, também dia do país.
Na ocasião, o regime de Pyongyang fez, na presença do líder, Kim Jong-un, e de centenas de meios de comunicação internacionais, uma monumental exibição de armamento e de novos mísseis, o que alarmou a comunidade internacional.
Em janeiro, os dois vizinhos chegaram a acordo sobre a participação de um ampla delegação de atletas e autoridades norte-coreanas, que incluirá a irmã do líder Kim Jong-un. Os dois países concordaram em desfilar juntos na cerimónia de abertura, sob a chamada "bandeira unificada", dos Jogos de PyeongChang.
Estes acordos foram possíveis depois de Seul e Washington terem adiado os exercícios militares conjuntos anuais, que Pyongyang considera um ensaio de uma invasão do seu território, para não coincidirem com a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno e evitar novos testes de armas norte-coreanas durante PyeongChang 2018.