Dois responsáveis da administração de Donald Trump, que não quiseram ser identificados, disseram hoje que a nova embaixada norte-americana em Jerusalém abrirá em maio de 2018 para coincidir com o 70.º aniversário da independência de Israel, proclamada a 14 maio de 1948.
Os palestinianos assinalam a data anualmente, designando-a de "Nakba" (catástrofe), sinónimo do êxodo para centenas de milhares que tiveram de abandonar as suas casas durante a primeira guerra israelo-árabe que se seguiu à criação de Israel.
"Fazer coincidir a data com a Nakba é uma provocação para os árabes, muçulmanos e cristãos", declarou à agência France Presse o "número dois" da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erakat.
"Com uma tal decisão, a administração Trump acaba por se isolar completamente e torna-se uma parte do problema e não mais da solução", adiantou, reafirmando que a localização da embaixada norte-americana em Jerusalém "viola o direito internacional".
Segundo a agência noticiosa Associated Press, nos primeiros tempos, "a embaixada consistirá apenas em alguns escritórios dentro de instalações norte-americanas em Jerusalém".
Durante a sua visita a Israel em janeiro, o vice-Presidente norte-americano, Mike Pence, tinha dito que a nova embaixada deveria abrir até ao final de 2019.
O Presidente Donald Trump anunciou a 06 de dezembro o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da embaixada norte-americana de Telavive para a cidade considerada santa por cristãos, judeus e muçulmanos.
O anúncio foi contestado pela generalidade da comunidade internacional.
Israel ocupou Jerusalém Oriental em 1967 e anexou-a em 1980, contra a posição da comunidade internacional. Os palestinianos reivindicam Jerusalém Oriental como capital do futuro Estado da Palestina a que aspiram.
O consenso internacional é que o estatuto de Jerusalém seja acordado em negociações entre israelitas e palestinianos.