"Apesar de África ter beneficiado de um crescimento económico forte durante quase duas décadas, o continente não teve uma correspondente subida na industrialização", diz o BAD, sublinhando que, "em média, a indústria africana gera apenas 700 dólares de PIB per capita, o que é pouco mais de um quinto dos 3.400 dólares gerados na Ásia".
Para além disso, diz o BAD numa nota de lançamento dos Encontros Anuais do Conselho de Administração do Fundo Africano de Desenvolvimento, que decorrem em Busan, na Coreia do Sul, em maio, "as exportações africanas consistem em produção de baixa tecnologia e recursos naturais não processados, que representam mais de 80% da Argélia, Angola ou Nigéria".
Uma industrialização rápida em África "encerra o potencial para um cenário em que todos ganham, não só mundo, mas certamente o continente", diz o BAD, salientando que "isso iria ajudar a aumentar a produtividade, ao acelerar o progresso tecnológico e a inovação", mas também criando "ligações entre os setores dos serviços e da agricultura".
Por outro lado, acrescentam os peritos do BAD, a industrialização "também faria os preços das exportações manufaturadas serem menos voláteis e ajudaria os países africanos a fugirem à dependência das exportações de matérias-primas".
Os Encontros Anuais, seguindo o modelo dos Encontros da Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), são uma das maiores reuniões económicas do continente, juntando chefes de Estado, acionistas de referência no setor público e privado e académicos e parceiros para o desenvolvimento.
"Durante as reuniões, o Banco vai organizar uma série de eventos para gerar novas ideias para o desenvolvimento e financiamento da industrialização em África" e apresentar a atualização do principal relatório, as Perspetivas Económicas Africanas, lê-se na nota hoje divulgada em Abidjan, a sede do BAD.