O RASI de 2017, hoje entregue na Assembleia da República, avança que "continuam a não ser identificadas referências específicas" a Portugal na propaganda difundida pelos grupos e organizações terroristas, além de não se ter agravado, até ao momento, os indícios que culminam na execução de atentados.
No entanto, Portugal enfrenta riscos potenciais semelhantes aos existentes atualmente num conjunto de países europeus, tendo em conta que não existe imunidade no que ao terrorismo diz respeito.
O RASI sublinha que merece "destaque a possibilidade do recurso ao território nacional como plataforma de trânsito ou apoio logístico para o recrutamento de 'jihadistas'".
As autoridades portuguesas estão preocupadas com a permanência de um grupo de cidadãos com nacionalidade portuguesa na região do conflito sírio-iraquiana associado ao Grupo Estado Islâmico e que ocupam lugares destacados na estrutura hierárquica da organização, sobretudo em caso do potencial regresso a Portugal ou a qualquer outro país europeu.
O RASI refere igualmente que a presença de crianças e de adolescentes numa zona de conflito constituiu, a prazo, uma preocupação de índole social e humanitária, mas também "securitária pela possibilidade de regresso à Europa de jovens sem antecedentes, mas já informados pela ideologia 'jihadista' e expostos durante anos à violência da organização terrorista Estado Islâmico, considerando as suas práticas como normais, legítimas e adequadas".
Segundo o RASI, a criminalidade violenta e grave diminuiu 8,7% no ano passado, em relação a 2016, enquanto os crimes gerais aumentaram 3,3%.
O relatório reúne os indicadores de criminalidade registados pela Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, Polícia Judiciária, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Polícia Marítima, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, Autoridade Tributária e Aduaneira e Polícia Judiciária Militar.