Mais de quatro mil assinam petição contra touradas à corda nos Açores

Movimento fala em prática "retrógada" que "salpica verde das paisagens com sangue".

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Melissa Lopes
14/05/2018 08:00 ‧ 14/05/2018 por Melissa Lopes

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O Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA) condena o início de mais uma temporada das touradas à corda na Ilha Terceira e recorda que são já mais de 4 mil os que se manifestam contra esta prática.

‘Não mais touradas, com ou sem corda, nem violência contra os animais nos Açores’ - assim se chama a petição pública – foi criada há cerca de quatro meses e sublinha as consequências das tradicionais touradas na região: Por um lado, desrespeito pelos animais, por outro, humanos mortos e feridos.

No texto da petição é referido que a prática da tourada à corda, comum na Ilha Terceira, “não passa de uma tradição abjeta por vários motivos”. Em primeiro lugar, destaca o movimento, “são responsáveis pela morte e pelo ferimento frequente de numerosos animais, que são abusados inutilmente, para mera diversão humana”.

As touradas à corda são também “a causa do ferimento e da morte de seres humanos que por habituação nelas participam ou que simplesmente se encontram de passagem pelo local, calculando-se em cerca de uma pessoa morta e 300 feridos, em média, anualmente (embora, sem dados oficiais, o número possa ser superior)”.

Por fim, os peticionários frisam que esta prática contribui para uma imagem negativa dos Açores junto dos cidadãos nacionais e estrangeiros, “que se sentem incomodados ao saber que na região que visitam os animais não são respeitados, optando muitas vezes por escolher outras regiões onde o verde das paisagens não é salpicado com sangue”.

Face ao que expõe, o movimento considera que “não é introduzindo filarmónicas ou outros divertimentos na prática da tourada à corda que ela vai ficar mais ‘amiga’ dos animais e mais aceitável face à opinião pública. E condena "todas as iniciativas que, sem contribuírem para o definitivo fim desta prática cruel e retrógrada, tudo fazem para a perpetuar, beneficiando umas minorias que vivem à custa da exploração da ignorância e do sofrimento alheio". 

Assim, o movimento defende que "está na hora de introduzir o progresso no âmbito das festividades populares e deixar atrás, no seu sepulcro caiado, todas as tradições que nos envergonham como povo" e protesta contra a intenção do Governo Regional de introduzir novas alterações à legislação que regulamenta a tourada à corda. 

"Infelizmente, o Governo Regional e as autarquias da ilha Terceira são mais tradicionalistas que a própria Igreja Católica, e a sua ideia de progresso é manter para sempre associada às festividades populares do nosso povo uma tradição bárbara e violenta como são as touradas à corda", lamentam os peticionários. 

 

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