Portugal sobe em ranking climático com pódio 'vazio'

No ranking climático do Climate Change Performance Index 2019, Portugal subiu uma posição, fixando no 17.º lugar, e passou a “desempenho elevado”.

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Ana Lemos
10/12/2018 09:30 ‧ 10/12/2018 por Ana Lemos

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CCPI

O Climate Change Performance Index (CCPI), divulgado no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP24), pela Germanwatch (associação alemã de defesa do ambiente), pelo NewClimate Institute e pela Rede Europeia para a Ação Climática (CAN Europe), da qual a Quercus faz parte, aproveitou o anúncio do ranking climático para alertar para “o facto de que poucos países demonstram vontade política para prevenir alterações climáticas perigosas”.

Se não vejamos. Este ano, Portugal subiu uma posição e ocupa agora “o 17.º lugar, entre os 56 países industrializados abrangidos pelo CCPI”. Acontece que, na verdade, esse lugar corresponde ao 14.º, isto porque “nenhum país está ainda a seguir um caminho compatível com o Acordo de Paris e os três primeiros lugares do pódio permanecem vazios”.

Mas esta subida faz com que Portugal passe, a partir de agora, “a pertencer ao grupo de países com desempenho ‘elevado’”. Ainda assim, já estivemos melhor posicionados quando no ranking do CCPI de 2017 (elaborado em 2016), atingimos o 11.º lugar - “o qual, descontando os três primeiros lugares não atribuídos, pode ser considerado um 8.º”.

E para a subida foram elencados vários “aspetos positivos”, entre os quais: “a representatividade das energias renováveis”; “as metas ambiciosas para as renováveis para 2030”; e, “a política climática ligada ao objetivo de se tornar neutro em carbono até 2050 e eliminar o uso de carvão até 2030”.

Em sentido inverso, o setor dos transportes, em especial dos transportes públicos e a mobilidade elétrica, “são apontados como os principais aspetos negativos”, sendo Portugal “um dos países que apoia o objetivo da União Europeia de alcançar zero emissões líquidas em 2050”.

Emissões "estão a subir" em ranking 'liderado' pela Suécia

Após um período de estabilidade, “as emissões globais de CO2 estão novamente a subir”. Os resultados deste estudo do CCPI mostram que “apenas um número reduzido de países começou a implementar estratégias para limitar o aquecimento global abaixo de 2ºC ou até 1,5ºC”.

Apesar da “corrida às energias renováveis, há falta de ambição política para eliminar rapidamente os combustíveis fósseis e, com as medidas já implementadas a temperatura global aumentará mais de 3ºC”. Mais. “Em 40 dos 56 países analisados, as emissões diminuíram entre 2011 e 2016, porém, os investimentos em infraestruturas a combustíveis fósseis comprometem os esforços já feitos e aumentam o fosso entre os objetivos definidos no Acordo de Paris e a realidade”.

Contas feitas, o ranking continua a ser liderado “pela Suécia”, que ocupa o 4.º lugar (que corresponde ao 1.º lugar dado que os primeiros três lugares se encontram vazios). Em 5.º encontramos Marrocos, “pelo seu significativo aumento no peso das renováveis e pela sua ambição climática.”

“A Alemanha volta a descer na classificação para a 33.ª posição por culpa da falta de implementação das políticas nacionais como a eliminação do carvão ou a descarbonização do setor dos transportes”. Já “a regulação das emissões da indústria e edifícios e um regime de apoio às energias renováveis valeram uma subida considerável da China, que se encontra agora no grupo dos países com desempenho ‘médio’”.

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