O velório do arqueólogo realiza-se hoje, a partir das 17:00, na igreja de Laveiras, em Caxias, no concelho de Oeiras, onde na sexta-feira, pelas 12:00 é celebrada missa de sufrágio, seguindo-se o funeral para o crematório de Barcarena, segundo a mesma fonte.
Luís Pascoal "já não se encontrava bem de saúde há dez anos, na sequência de um acidente cardíaco, continuava, porém, a ser recordado com elevada estima, porque era muito benquisto entre a comunidade arqueológica nacional", disse José d'Encarnação.
Segundo o catedrático da Universidade de Coimbra, Luís Pascoal fez na Sorbonne, em Paris, o mestrado em Arqueologia, com uma tese na área dos estudos sobre a "cultura campaniforme", do terceiro milénio antes de Cristo, originária do Castro do Zambujal, no concelho de Torres Vedras, que se difundiu pela Europa.
José d'Encarnação realçou que "foi na museografia que a sua atividade mais o notabilizou, tendo sido o curador de inúmeras exposições e o criador do núcleo expositivo de muitos museus".
"Recorde-se que a ele recorremos quando se pensou em fazer uma publicação de prestígio com a poesia completa do poeta árabe Ibne Mucane e ele nos preparou, para o efeito, uma mui elegante maqueta, que não chegou, porém, a ser concretizada", disse o arqueólogo acrescentando que Luís Pascoal fez "o primeiro ensaio de reconstituição do celeiro de Freiria [no concelho de Torres Vedras], e que foi a ele, juntamente com Guilherme Cardoso, a quem foi entregue a tarefa de proceder ao levantamento arqueológico do concelho de Cascais, o que seria um levantamento piloto, de acordo com a intenção do organismo que na altura superintendia, a nível governamental, a arqueologia".
"A ideia era ensaiarem-se aqui os procedimentos mais corretos e eficazes para servirem de modelo às cartas arqueológicas concelhias a elaborar a nível nacional. O primeiro passo seria, por exemplo, a musealização, com a consequente abertura ao público, da Gruta do Poço Velho. O projeto - que envolveu também o arquiteto Rui Pimentel - acabaria, no entanto, por abortar, devido às conhecidas inundações catastróficas que, no mandato de Helena Roseta, em novembro de 1983, grandes estragos provocaram na vila de Cascais", acrescentou.
José d'Encarnação referiu ainda a "bonomia e sempre atuante prestabilidade [de Luís Pascoal], que cativou quantos com ele" conviveram.