O governo angolano tomou conhecimento dos acontecimentos que tiveram lugar no Bairro da Jamaica, no Seixal, no domingo de manhã, e ficou desagradado com as informações que lhe chegaram, em especial o vídeo que está a circular nas redes sociais.
Nesta senda, revela a Rádio Nacional de Angola (RNA), a embaixada de Angola em Lisboa enviou uma nota formal de protesto ao Governo português.
Em causa, o facto de a família Coxi ser angolana - Hortêncio foi o jovem detido, acusado da prática do crime de resistência e coação sobre funcionário, o rapaz garante que não atirou pedras, que não tem ligações ao que aconteceu e que apenas estava a assistir; Fernando, o pai de Hortêncio, diz ter sido agredido para salvar o filho.
Segundo a mesma fonte, a nota de protesto foi enviada ontem, no mesmo dia em que um grupo de moradores do Bairro da Jamaica se manifestou na Avenida da Liberdade, no centro de Lisboa, protesto que culminou com cenas de violência entre polícias e manifestantes – os primeiros garantem ter sido apedrejados, razão pela qual dispararam tiros de borracha para o ar; os segundos asseguram que só atiraram as pedras depois de terem ouvido os disparos.
No entanto, a informação avançada pela rádio angolana não foi confirmada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que negou ter recebido qualquer protesto formal, conforme noticiou a agência Lusa.
"Confirmo o contrário, que não houve protesto formal apresentado pelas autoridades angolanas junto do Estado português, portanto através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, posso confirmar que não houve, falando como estou a falar, às 13h17, hora de Bruxelas, 12h17 hora de Portugal", declarou o ministro, que falava no final de uma reunião ministerial da União Europeia com a União Africana.
Já à noite, pelas 22h00, um grupo de indivíduos incendiou carros e caixotes do lixo no concelho de Odivelas, um cenário que se repetiu madrugada dentro no Bairro da Bela Vista, em Setúbal, com cocktails molotov a serem atirados contra a esquadra da PSP.