"Acho que é absolutamente inadmissível esta nova modalidade que o Ministério da Saúde instalou que é a das demissões se terem tornado um hábito, juntando-se esta a já um longo rol", disse em declarações à agência Lusa Cecília Meireles.
O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, António Dias Alves, renunciou ao cargo, cessando hoje funções, anunciou numa carta aos funcionários e a que a Lusa teve acesso.
"Para execução cabal da estratégia, bem como do contrato programa e de gestão [do centro hospitalar] é necessário um conselho de administração com a qualificação e coesão requeridas pela dimensão e complexidade do hospital, disso dei conta repetidamente à tutela, tendo colocado o lugar à disposição em 13 de novembro", refere na missiva António Dias Alves.
A deputada centrista notou que "há muito" que esta unidade de saúde dá "sinais de preocupação", depois de há largos meses diretores de serviço e pessoas do corpo clínico chamarem a atenção para a situação "inaceitável" que se vive em Vila Nova de Gaia.
Em setembro de 2018 foi anunciada a demissão de um grupo de 52 diretores e chefes de serviço pela Ordem dos Médicos devido à falta de condições nas infraestruturas e equipamentos e escassez de profissionais.
"O que se exige ao Governo é que dê uma explicação às pessoas, nomeie um novo conselho de administração o mais depressa possível e que de, uma vez por todas, reponha a normalidade naquele hospital", afirmou a deputada centrista.
Cecília Meireles, que recordou ter estado no hospital com a Comissão Parlamentar da Saúde, disse que os clínicos elencaram uma série de problemas, mas os meses passaram e o Governo, liderado pelo socialista António Costa, "não foi capaz" de os resolver.
Questionada pela Lusa, a Administração Regional de Saúde do Norte confirmou a renúncia ao cargo, acrescentando que "no mais breve espaço de tempo possível" será nomeado a nova administração.