Marcelo Rebelo de Sousa fez o anúncio na sessão de comemoração do centenário do nascimento do médico, falecido em 1989, na qual lamentou que o escritor tenha sido esquecido na sociedade portuguesa.
"Durante muitos anos, diria mesmo décadas, Fernando Namora foi esquecido. Para a minha geração era uma referência fundamental, mas depois houve grandes mudanças na sociedade portuguesa e esgotaram-se as suas obras", frisou aos jornalistas.
Salientando que ainda houve uma reedição a certa altura, o Presidente da República salientou que deixou de haver obras do escritor nas livrarias "e, se não há, não se pode ler".
"Mas, está a redescobrir-se Fernando Namora com a reedição que a Caminho, em boa hora, decidiu fazer de todas as obras", sublinhou.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "há que recuperar [a obra], porque ele era o retrato do que era Portugal do campo e da cidade, visto pelos olhos de um médico nos dramas de cada um dos seus pacientes, uns físicos e outros morais".
O chefe de Estado adiantou que a condecoração do escritor vai coincidir com uma "data significativa do percurso literário de Fernando Namora, num dos momentos mais significativos da sua obra".
Esta será a terceira condecoração pela Presidência da República ao autor do romance "As Sete Maravilhas do Mundo", depois de ter recebido o Grande Oficialato da Ordem de Santiago de Espada, atribuído por Ramalho Eanes, e a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, por Mário Soares.