Fonte judicial disse hoje à agência Lusa que a marcação do julgamento para Penafiel, na Comarca de Porto-Este, foi agendada depois de o Tribunal de São João Novo, da Comarca do Porto, se ter declarado "territorialmente incompetente" para decidir o caso.
Peças de automóveis, nomeadamente jantes e pneus, eram os bens preferidos, mas os dois operacionais do grupo -- um homem de 37 anos e outro de 40 - levavam também alguns artigos que estivessem dentro das viaturas assaltadas.
Os alegados assaltantes, ambos em prisão preventiva e a quem o MP imputa 39 crimes de furto qualificado, "faziam desta atividade delituosa, se não a única, pelo menos a forma principal de obter ou conseguir rendimentos", segundo o despacho de acusação consultado pela agência Lusa.
Dos três restantes arguidos, dois são homens da região de Braga, ligados a um stand de automóveis, acusados por recetação.
A mulher de um dos alegados operacionais, acusada pelo crime de auxílio material, completa o grupo de arguidos.
Num processo que agrupa mais de quatro dezenas de inquéritos criminais, o MP associa o grupo a assaltos do género em pelo menos 12 concelhos do distrito do Porto (Gondomar, Felgueiras, Lousada, Maia, Matosinhos, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Porto, Trofa, Vila Nova de Gaia e Valongo) e um de Aveiro (Santa Maria da Feira).
De entre os assaltos, consumados entre abril de 2016 e início de 2018, sobressai o realizado entre as 20:00 de 28 de novembro de 2017 e as 11:00 do dia seguinte na garagem coletiva de um prédio na Rua Padre António, na Maia, de onde levaram as jantes, os pneus e até os bancos dianteiros de um Mercedes topo de gama, tudo avaliado em 15 mil euros.
Entre outros furtos consumados naquela garagem e naquela altura conta-se ainda o furto das quatro jantes e respetivos pneus de um Lexus XC1, que valem 2.584 euros.
Em alguns casos, como o registado em Paredes, entre a 01:30 e as 02:00 de 28 de novembro de 2016, os assaltantes estroncavam a fechadura da porta principal dos prédios e daí acediam, pelo interior, às garagens coletivas.
As peças roubadas eram publicitadas na Internet ou vendidas em mercados alternativos.