Pouco tempo depois de o CDS Arroios ter proposto assinalar o Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia com duas passadeiras arco-íris na Avenida Almirante Reis, e de a ideia ter sido metida na gaveta por ser "ilegal" concretizá-la, a Junta de Freguesia de Campolide decidiu meter mãos à obra.
Durante a noite passada, foram pintadas duas passadeiras arco-íris naquela freguesia.
"Campolide é Igualdade! Hoje, pela primeira vez, Lisboa acordou com passadeiras com padrão arco-íris", referiu o presidente, André Couto, numa publicação feita no Facebook.
Na mesma publicação, explica que esta "foi uma forma de Campolide se colocar ao lado de todos os movimentos LGBT que lutam pela igualdade e não discriminação, assim como de todos os movimentos que lutam pela igualdade e não discriminação em função de género, raça, religião e idade".
André Couto recorda que foram os eleitos do CDS em Arroios que trouxeram a ideia a público. "Uma proposta fantástica, que não se concretizou por ficar presa em questões menores", lamentou, realçando que os combates pela igualdade e não discriminação "têm de ser centrais na sociedade e não podem ser prejudicados, porque quem sofre não o compreenderia".
"A reflexão e a acção sobre estas questões são o desafio que Campolide deixa a Lisboa e ao país", finalizou o socialista.
João Pedro Costa, vereador do PSD na Câmara Municipal de Lisboa comentou a iniciativa, recorrendo ao Facebook, questionando a legalidade da acção. "A comunidade LGBT merece mais que este folclore e o símbolo da esperança não é para ser pisado", acrescentou.
Apesar de ter sido colocada em causa a legalidade da iniciativa em Arroios, o presidente da Junta de Freguesia de Campolide garantiu, em resposta ao Notícias ao Minuto, que a questão não se coloca. "Não é ilegal, porque o que os regulamentos estabelecem é que as faixas têm de ser brancas, o que acontece, como pode ver nas imagens", afirmou, adiantando que ainda vão ser pintadas mais três passadeiras arco-irís.
Recorde-se que a proposta dos eleitos do CDS Arroios foi aprovada por unanimidade na Assembleia de Freguesias e logo suscitou críticas no seio do partido. Assunção Cristas chegou mesmo a dizer que não se revia naquela ação, garantindo que a estrutura da concelhia de Lisboa assegurará que propostas do género "não tornem a acontecer".