O ex-chefe de Estado recebeu nas instalações do seu gabinete no Convento do Sacramento, Lisboa, um grupo de 50 jovens entre os 15 e 17 anos, apoiados pelos Empresários Pela Inclusão Social (EPIS), os quais estão a participar num pequeno campo de férias dedicado ao desenvolvimento sustentável.
"Maior dificuldade no acesso ao ensino superior daqueles que vêm dos meios mais desfavorecidos, é inaceitável que tal aconteça numa sociedade democrática como a nossa. Todos devem ter a possibilidade de chegar ao topo da educação através da demonstração dos seus méritos. Compete ao Estado, não criar quotas, mas sim dar bolsas de estudo, ajudar naquilo que for necessário, para que qualquer jovem, venha do berço rico ou do berço pobre, possa completar o seu estudo de ensino superior", disse Cavaco Silva, num breve discurso.
O ex-presidente da República citara antes o estudo "A equidade no acesso ao ensino superior", da Fundação Belmiro de Azevedo e divulgado há duas semanas, e as suas conclusões de que os jovens mais desfavorecidos e cujos pais têm menos estudos se ficam mais pelo ensino politécnico, enquanto os estudantes de classes sociais mais confortáveis ocupam as vagas nos cursos de ensino superior com notas de acesso mais altas e mais prestigiados.
"Isso é fundamental, diria básico, para que funcione em Portugal o elevador social. Vocês devem acreditar que é possível, partindo de baixo, chegar alto. Isto é, acreditar que o elevador social funciona", sublinhou.
Cavaco Silva recordou também o seu caso pessoal de doutorado em Economia para elogiar a atitude dos seus progenitores.
"O meu pai apostou fortemente na educação dos seus quatro filhos e eles chegaram onde chegaram precisamente porque os pais tiveram a visão de apostar na educação dos seus filhos", afirmou.