A Procuradoria-Geral da República faz saber, ao final da tarde desta terça-feira, que na “fase final” do inquérito relativo ao processo que investiga o furto e o reaparecimento das armas de Tancos, chegou a ser “equacionada a pertinência da inquirição como testemunhas do Presidente da República e do primeiro-ministro”.
Face à intenção dos procuradores do processo, o diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) foi “inteirado sobre as razões que justificariam a realização de tais diligências” e, após análise das mesmas, o responsável considerou que não era necessário arrolar o Chefe de Estado e o Chefe do Executivo como testemunhas.
Assim, Albano Manuel Morais Pinto concluiu que "tais inquirições não revestiam relevância para as finalidades do inquérito nem tão pouco se perfilavam como imprescindíveis para o apuramento dos crimes objeto de investigação, dos seus agentes e da sua responsabilidade".
No mesmo comunicado, a PGR acrescenta ainda que o diretor do DCIAP entendeu, "ponderada também a data limite para o encerramento do inquérito, que tais diligências não deveriam ter lugar, o que mereceu o anuência dos magistrados titulares".
Recorde-se que entre as 112 testemunhas do Ministério Público para o julgamento do processo de Tancos encontra-se a ex-procuradora-geral da República, o ex-chefe de gabinete do ministro da Defesa e o antigo chefe da Casa Militar do Presidente da República.
Neste conjunto de personalidades conta-se ainda o ex-chefe de gabinete do antigo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, o ex-chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Artur Monteiro, Rovisco Duarte, na altura Chefe Estado Maior do Exército, e também o tenente-general João Cordeiro, ex-chefe da Casa Militar do Presidente da República.