O primeiro-ministro fez, na manhã desta quarta-feira, um balanço da passagem do furacão Lorenzo pelo arquipélago dos Açores.
Durante a intervenção, António Costa clarificou que “a situação de maior risco está ultrapassada” e que, se não houver nenhuma alteração, “pela hora de almoço, a situação estará normalizada”.
De acordo com o Chefe do Governo, durante a noite e início da manhã foram registadas 82 ocorrências por todo o arquipélago, sendo que, as mais graves foram "três casas duramente atingidas e o risco de danos graves no porto das Lajes das Flores".
António Costa, que falou com o Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, às 8h00 de Portugal Continental, 7h00 dos Açores, garante que não há registo de nenhum dano pessoal.
Quanto a uma deslocação aos Açores, o primeiro ministro põe de parte, por enquanto, essa viagem.
"As coisas correram melhor do que se chegou a temer a certo ponto [...]. Salvo se houver alguma surpresa, não se justifica a deslocação aos Açores, mas manter-me-ei em contacto com o Presidente do Governo Regional", explicou.
Durante a tarde, diz o primeiro-ministro, será feita uma avaliação dos danos para verificar se é necessário o Estado central ajudar com apoios.
Se tudo correr como previsto, os serviços públicos poderão reabrir já amanhã e voltar ao seu funcionamento normal.
Grupo Ocidental o mais atingido
Apesar de o maior número de ocorrências ter sido registado na ilha do Faial, no Grupo Central, António Costa revelou que a ilha que mais sofreu com a passagem do furacão Lorenzo foi a ilha das Flores.
Nesta ilha, que é a mais ocidental do arquipélago, três pessoas ficaram desalojadas e o principal porto da ilha, o único onde atraca navios de carga, sofreu "danos graves".
Nos grupos Ocidental (Flores e Corvo) e Central (Faial, Pico, São Jorge, Graciosa e Terceira) há ainda estradas cortadas, problemas de comunicações e falhas na eletricidade. Na ilha das Flores uma árvore de grande porte encerrou a estrada do Monte, na vila de Santa Cruz.
Furacão Lorenzo "poderá ser o mais forte dos últimos 20 anos"
Apesar de não haver danos pessoais e de o primeiro-ministro ter garantido que "as coisas correram melhor do que se chegou a temer", Carlos Neves, presidente da Proteção Civil dos Açores, disse que o furacão Lorenzo "poderá ser o mais forte dos últimos 20 anos".
A verdade é que os danos materiais ainda não foram avaliados. Espera-se agora pelas avaliações, feitas pelos peritos, durante a tarde, para perceber com mais exatidão os danos provocados por esta tempestade em cada uma das ilhas.
O Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, deslocou-se à ilha das Flores, na terça-feira e lá permanece. Neste momento, está incontatável, visto que há problemas com a rede de comunicações. Contudo, o Notícias ao Minuto sabe que está no terreno a acompanhar as operações.
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