Paulo Afonso é natural da ilha do Pico e desde cedo que tem uma paixão pelo mar. Além do “poderoso chamamento do oceano”, como conta ao Notícias ao Minuto, o açoriano gosta de levar para a mesa “peixe fresco e de qualidade” para a família, sempre de uma forma “seletiva e sustentável”, com respeito pela fauna e flora dos mares que banham o arquipélago.
Ainda em miúdo, começou a fazer caça submarina como hobbie. Rapidamente bateu vários recordes da Europa e do Mundo de captura de algumas espécies de peixe e ganhou o patrocínio da Riffe International, uma marca de produtos da especialidade. Entre os feitos mundiais está uma bicuda (yellowmouth barracuda) com 11,6 e um atum voador (tuna albacore) com 34 kg.
Mas entre os momentos de pesca, surgem muitas surpresas. Paulo Afonso, que partilha fotos das aventuras na conta de Instagram, garante que nunca apanhou “um susto”, mas admite que sente um “pequeno arrepio” sempre que se cruza com um tubarão.
“Já estive numa situação delicada de acelerar o coração onde um tubarão-mako, com fome e agressivo, queria comer um atum grande pelo qual eu estava a batalhar, mas como o estive sempre a ver pude manter o controlo da situação”, revela.
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Recentemente, o picaroto teve um encontro inesperado com um tubarão-baleia, o maior peixe do mundo, ao largo da ilha Santa Maria, e que ficou registado em vídeo.
Em conversa com o Notícias ao Minuto, Paulo conta que já tinha visto o animal ao longe, mas como estava concentrado nos atuns, não reparou que este estava a aproximar-se de si. No início ainda pensou que estava a ser “abalroado por um barco”, mas este pensamento desvaneceu automaticamente ao ver o “gigante dócil”, com cerca de 8/10 metros, a querer dar-lhe “um beijinho”.
“Foi a minha primeira experiência com tubarões-baleia. São animais incríveis. Extremamente dóceis e cientes da sua força. Deixaram-me com uma boa sensação de harmonia com o meio deles. Quase come se aquilo fossem sinais de aceitação à minha presença ali. Sei lá... foi fantástico!”, revelou Paulo, acrescentando que o animal não o largou enquanto esteve na água.
“Depois de ter surgido, afastou-se por um minuto e voltou para junto de mim. Enquanto estive na água ele não me largou. O que voltou a acontecer mais tarde com outro tubarão-baleia ainda maior do que este, mas já numa zona diferente. Não sei porquê, havia mais pessoal na água [da Azores Fishing], mas eles pareciam só me querer a mim. Talvez devido ao padrão do meu fato...”, explica.
Já sobre a sensação de estar junto a este gigante dos mares, Paulo garante que o que sentiu foi “uma enorme sensação de tranquilidade”.