À margem do evento 'Business2Sea' sobre a saúde dos Oceanos, a decorrer no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, João Pedro Matos Fernandes disse a jornalistas que estima ter esta semana "alguma resposta" sobre a gestão conjunta dos caudais do Tejo entre Portugal e Espanha.
"Houve ontem [domingo] eleições em Espanha e portanto, como a número dois do governo espanhol disse, vamos certamente durante esta semana ter uma resposta sobre aquilo que podem ser as negociações pensadas no longo prazo para podermos ter uma maior regularidade de caudais no rio Tejo", declarou.
O proTejo - Movimento pelo Tejo veio dizer hoje mesmo que Espanha "voltou a não cumprir a Convenção de Albufeira" no início do ano hidrológico 2019/2020, que começou em outubro, apontando menos água lançada no rio nas duas últimas semanas daquele mês.
Pelas contas do movimento, "o caudal em falta é de 1.000.000 m3, volume apurado por terem sido enviados apenas 6.250.000 m3 e 6.750.000 m3, respetivamente, na terceira e quarta semanas de outubro, dos 7.000.000 m3 semanais acordados na Convenção de Albufeira", sendo que, "nas restantes semanas, foi enviado apenas o caudal mínimo em resultado da ausência de reservas de água na barragem de Cedillo após o vazamento realizado em setembro".
O PSD acusou na sexta-feira passada o ministro do Ambiente de "posições contraditórias e incoerentes" sobre a quantidade de água e a gestão conjunta dos caudais do Tejo entre Portugal e Espanha, solicitando informações adicionais ao Governo sobre o tema.
"O Governo tem que explicar porque passou quatro anos a dizer que Espanha cumpria com Portugal em matéria de caudais, chegando a dizer que não havia falta de água no Tejo, e, de repente, acusa finalmente Espanha de fazer uma gestão inaceitável dos caudais e dizendo que já tinha feito vários alertas e queixas a Espanha por causa disso", disse hoje à Lusa o deputado Duarte Marques, primeiro subscritor de um requerimento entregue hoje pelo PSD no parlamento.
Há cerca de uma semana, João Matos Fernandes recusou que o rio Tejo estivesse a atravessar um período de falta de água, sustentando que o problema está num afluente, o rio Pônsul, ressalvando que tem "comunicado com Espanha variadíssimas vezes" sobre aquele tema.