"A escassez de meios não é só, e infelizmente, um problema deste programa. A RTP África, [por exemplo], tem programas diários de atualidade e programas semanais que são feitos por uma pequeníssima equipa, que precisa de um enorme reforço", assegurou Maria Flor Pedroso, numa audição parlamentar da comissão de Cultura e Comunicação, acrescentando que esta é uma realidade de outras equipas e canais.
Segundo esta responsável, a equipa do 'Sexta às 9' já teve a cargo, além deste, o formato 'Sexta às 11', que foi cancelado, numa decisão anterior à entrada da atual direção de informação.
"Desde que estou nesta condição [...], o programa sempre teve cinco pessoas. Volto a lembrar que, quando cheguei, havia 210 elementos de toda a estrutura da RTP que eram precários", no entanto, pouco depois, foram integrados 130 trabalhadores e, recentemente, "foi homologada pelo Ministério das Finanças a entrada de 50 [precários]", quatro desses da direção da informação da RTP, onde se inclui um trabalhador que fez parte da equipa do 'Sexta às 9'.
Já sobre a experiência dos jornalistas que integram a equipa do formato coordenado por Sandra Felgueiras, a diretora de informação da RTP notou que dois são mais novos, porém "estão a ser acompanhados e já não são estagiários", referindo ainda que a questão da precariedade é por si muito valorizada, uma vez que já foi dirigente sindical e pertenceu ao conselho deontológico do Sindicato dos Jornalistas (SJ).
Maria Flor Pedroso alertou ainda para que a estação tem vindo a perder profissionais ao longo dos anos e apelou aos deputados para que invertam esta realidade.
Também hoje, numa audição na mesma comissão parlamentar, a jornalista Sandra Felgueiras culpou a RTP pelo desfalque na equipa do "Sexta às 9", que diz ter menos recursos do que o 'Linha da Frente', e recusou a existência de um "processo de intenções" contra o Governo.
"Quanto a interferências políticas, naturalmente que não vou comentar. Vou dizer-lhe que na primeira reunião que eu tive com esta Direção de Informação, em novembro de 2018, comuniquei que precisava de seis repórteres e foi-me dito que aguardasse pela chegada de Cândida Pinto [atual diretora-adjunta da RTP]", disse Sandra Felgueiras.
Segundo esta profissional, após a chegada de Cândida Pinto à estação pública, teve mais uma reunião com a Direção de Informação, na qual lhe foi comunicado um prazo de dois meses para o reforço da equipa, o que não aconteceu.