Há 20 anos Açores acordavam com pesadelo. Queda de avião matou 35 pessoas

No arquipélago ninguém se esquece do dia 11 de dezembro de 1999.

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Natacha Nunes Costa
11/12/2019 13:30 ‧ 11/12/2019 por Natacha Nunes Costa

País

Acidente SATA

O relógio aproximava-se das 9h20 do dia 11 de dezembro de 1999 quando o avião ATP ‘Graciosa’ da SATA Air Açores, proveniente de Ponta Delgada, em São Miguel, com destino à ilha das Flores, se despenhou no Pico da Esperança, em São Jorge, ceifando 35 vidas.

Ainda hoje, 20 anos depois do acidente, nenhum açoriano esqueceu aquele sábado. Tão perto do Natal. Que tirou a esperança a todos os familiares, amigos e conhecidos de quem viajava naquele fatídico voo.

O dia era de mau tempo. O céu estava muito nublado, havia rajadas de vento e o voo foi feito sempre a baixa altitude, com sucessivos abanões. Algo que, segundo o Relatório da Comissão de Inquérito ao acidente, divulgado pelo Instituto Nacional da Aviação Civil, fez com que a aeronave efetuasse um desvio “sem que a tripulação se apercebesse”, até que começou a cruzar a linha da costa Norte de São Jorge, onde viria a embater.

Após soar o alerta de impacto, três segundos antes do primeiro embate, o copiloto alertou para o facto de estarem “a perder altitude e em cima de São Jorge”. Apesar de os pilotos terem aumentado a potência dos motores, a manobra foi “insuficiente para ultrapassar o obstáculo”, o que causou uma violenta explosão e deixou o avião totalmente destruído.

O primeiro a dar o alerta para o acidente foi um pastor que vários metros abaixo da ravina onde os restos do avião ficaram, sentiu o cheiro a combustível.

Quando os meios de socorro chegaram ao local. Encontraram um cenário devastador. “Não conseguíamos andar a pé. Fomos a gatinhar até à sua vertente contrária, onde havia a ravina”, disse, em 2016, Vítor Alves, jornalista da RTP Açores e o primeiro a chegar ao local, com o repórter de imagem.

O jornalista recordou ainda que na descida até ao local, primeiro começou por encontrar papéis, depois roupas, metal, o motor do avião, corpos e, finalmente, o resto da fuselagem num cenário que descreve como “indescritível” e onde trabalhou durante 48 horas, até à exaustão.

A Protecção Civil açoriana debateu-se com grandes dificuldades para recuperar os corpos e as caixas negras da aeronave, devido às más condições climatéricas e às difíceis condições de acesso ao local do acidente. Os funerais só se realizaram vários dias depois do acidente.

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