Em nota enviada pela estrutura regional do partido às redações, o Bloco de Esquerda considera que "deve ser equacionado o abastecimento urgente por via aérea de bens alimentares e de primeira necessidade, enquanto o navio Malena não iniciar a sua atividade", alertando para a "falta de produtos nos estabelecimentos comerciais".
Os bloquistas lembram que "o último abastecimento de mercadoria à ilha das Flores por via marítima foi realizado no passado dia 13 de dezembro e, apesar de estar prevista a chegada do navio Malena a Ponta Delgada amanhã [quarta-feira], a programação do transporte de mercadoria para a ilha das Flores, que o Governo colocou no seu portal na internet para que os comerciantes pudessem acompanhar a evolução da situação, não indica quando será a próxima viagem".
O navio Malena foi fretado pelo Governo Regional "por um período de três meses, com opção de extensão do prazo", anunciou há um mês a secretária regional dos Transportes e Obras Públicas.
Na altura, Ana Cunha avançou que a embarcação iria entrar de imediato em operação dedicada exclusivamente à ilha das Flores.
O Bloco de Esquerda considera que "o Governo não tomou as medidas necessárias para evitar a situação de escassez de produtos nos estabelecimentos comerciais, que já se verifica, principalmente ao nível de produtos frescos e congelados", e pede "que o Governo Regional informe de imediato os comerciantes e a população das Flores sobre quando chegará o navio Malena às Flores com mercadoria".
Com cerca de 87 metros de comprimento, o navio tem capacidade para transportar até 100 contentores de 20 pés, dos quais 28 podem ser contentores de frio, e está equipado com duas gruas com capacidade de 35 toneladas, também tem capacidade para transporte de animais vivos em contentor e combustível.
A passagem do furacão Lorenzo pelos Açores, em outubro de 2019, causou a destruição total do Porto das Lajes das Flores, o que colocou em risco o abastecimento ao grupo Ocidental, composto pelas ilhas das Flores e do Corvo.
No total, o mau tempo provocou prejuízos de cerca de 330 milhões de euros, segundo o executivo regional, sendo que o Governo da República irá assumir 85% desse valor.
Durante a passagem do Lorenzo pelos Açores foram registadas 255 ocorrências e 53 pessoas tiveram de ser realojadas.