Açores: PSD e PCP alertam para falta de mercadorias e bens nas Flores
O PSD e o PCP dos Açores alertaram hoje para a falta de mercadorias e bens essenciais nas Flores, três meses após o furacão Lorenzo ter destruído o porto das Lajes, responsável pelo abastecimento à ilha.
© Bruno Costa
País Mau tempo
Em comunicados de imprensa, ambos os partidos relataram cenários de escassez nos estabelecimentos comerciais, uma vez que o último abastecimento à ilha foi realizado em 13 de dezembro.
Os sociais-democratas pedem a intervenção da Força Aérea para colmatar a "falta de bens essenciais".
"Estando a ilha das Flores sem abastecimento por via marítima há 24 dias e atendendo às limitações do transporte de carga nos aviões da SATA, só o recurso à Força Aérea pode ajudar a resolver este problema", afirma o deputado do PSD na assembleia regional Bruno Belo, citado em comunicado do partido.
O deputado do maior partido da oposição recorda que as Forças Armadas e a Força Aérea "podem ser incumbidas de colaborar em tarefas relacionadas com a satisfação de necessidades básicas" da população, salientando também a proposta do PSD para a criação de um regime especial de isenção de contribuições à Segurança Social para as empresas e trabalhadores independentes das Flores e do Corvo.
"As prateleiras dos supermercados da ilha das Flores estão vazias. Já não há leite para vender. Uma padaria só tem farinha para mais dois dias. E acabaram as rações para o gado. Esta situação é insustentável", afirma o social-democrata.
Cenário idêntico é relatado pelo PCP, que aponta que o abastecimento de "bens e mercadorias à ilha das Flores encontra-se num estado lamentável", que coloca em causa a sobrevivência das empresas florentinas.
"Os comerciantes e empresários florentinos lutam pela sobrevivência das suas empresas, uma luta que se torna deveras complicada devido à insuficiência de produtos. Neste período, o abastecimento de bens e mercadorias à ilha das Flores foi claramente insuficiente", afirma o deputado único do partido na assembleia açoriana, João Paulo Corvelo.
O comunista aponta que a solução encontrada para o abastecimento realizado pela embarcação Paulo da Gama apresenta "muitas insuficiências", devido à "escassa quantidade de transporte" e à "fraca navegabilidade".
"A economia da ilha das Flores não aguentará por muito mais tempo se não tiver meio de receber mercadorias e bens para venda local, bem como os agricultores que continuam impossibilitados de exportar muitas centenas de cabeças de gado vivo que está pronto para sair das Flores", afirma o parlamentar comunista em nota enviada às redações.
Também hoje, o Bloco de Esquerda dos Açores defendeu "o abastecimento urgente por via aérea de bens alimentares e de primeira necessidade" para a ilha, criticando o Governo Regional por não ter tomado "as medidas necessárias para evitar a situação de escassez de produtos".
O navio Malena foi fretado pelo Governo Regional "por um período de três meses, com opção de extensão do prazo", anunciou há um mês a secretária regional dos Transportes e Obras Públicas, apontando o dia 10 de janeiro como a data limite para o início das operações.
A passagem do furacão Lorenzo pelos Açores, em outubro de 2019, causou a destruição total do Porto das Lajes das Flores, o que colocou em risco o abastecimento ao grupo ocidental, composto pelas ilhas das Flores e do Corvo.
Durante a passagem do Lorenzo pelos Açores foram registadas 255 ocorrências e 53 pessoas tiveram de ser realojadas, num total de cerca de 330 milhões de euros de prejuízo, segundo o Governo Regional.
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