Foi o procurador-geral de Angola, Hélder Pitta Grós, quem solicitou à homóloga portuguesa, Lucília Gago, "ajuda" no caso Luanda Leaks. O encontro desta tarde em Lisboa que, de acordo com a SIC Notícias, começou à hora marcada, acontece depois de esta quarta-feira a PGR de Angola ter constituído arguida a empresária Isabel dos Santos por alegada má gestão e desvio de fundos durante a passagem pela petrolífera estatal Sonangol.
"Vim pedir ajuda de muita coisa", disse o procurador-geral Hélder Pitta Grós, em declarações esta manhã à RTP à chegada ao Aeroporto de Lisboa. "No âmbito das nossas relações com a Procuradoria Geral [da Républica portuguesa] viemos aqui para vermos o que faremos", acrescentou.
Recorde-se que o escândalo Luanda Leaks acontece depois de o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) ter revelado no passado domingo, dia 19 de janeiro, mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de 'Luanda Leaks', que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.
Juntamente com Isabel dos Santos são também arguidos Sarju Raikundalia, ex-administrador financeiro da Sonangol, Mário Leite da Silva, gestor da empresária e presidente do conselho de administração do Banco de Fomento Angola (BFA), Paula Oliveira, amiga de Isabel dos Santos e administradora da NOS, e Nuno Ribeiro da Cunha, diretor do Eurobic - encontrado morto na sua casa na noite de ontem.
Além disso, a filha do antigo presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, é também alvo de um processo-crime, que surgiu na sequência de uma denúncia do presidente do conselho de administração da petrolífera, Carlos Saturnino.
[Notícia atualizada às 15h20]