"A situação é de tal maneira grave que uma não atuação imediata dos responsáveis os transforma em coniventes com os prevaricadores e corresponsáveis face aos graves resultados que se adivinham. O racismo, o xenofobismo, a violência gratuita, avançam a alta velocidade", considerou Vasco Lourenço num comunicado enviado às redações.
Referindo-se ao caso da mulher que se queixou de ter sofrido agressões da PSP, Vasco Lourenço sublinhou que "um dos principais deveres do Estado democrático é precisamente o de defender a democracia".
"Também sabemos que um dos principais argumentos dos inimigos da mesma [democracia] consiste na afirmação de que esta fomenta a insegurança dos cidadãos! Por isso, não são poucas as vezes em que têm audição os que privilegiam a segurança face à liberdade!", sustentou.
De acordo com Vasco Lourenço, "a insegurança dos cidadãos é fomentada e apoiada, pois isso permite defender atitudes radicais contrárias à prática democrática".
No dia 19 de janeiro, Cláudia Simões, de 42 anos, foi detida numa paragem de autocarro, na Amadora, depois de um desentendimento com o motorista do autocarro, que foi agredido no último sábado, supostamente porque a filha não transportava o passe.
Segundo o relato de Cláudia Simões, o motorista chamou um agente da PSP que ali passava, tendo sido abordada "agressivamente" e o seu telemóvel foi atirado para o chão.
A mulher, que, entretanto, foi constituída arguida, contou que sofreu agressões num carro da PSP, onde garante ter sido esmurrada e alvo de ofensas verbais antes de ser assistida no hospital Fernando Fonseca, na Amadora.
No dia 20, a PSP anunciou a abertura de um processo de averiguações na sequência da denúncia apresentada pela mulher contra o polícia.
Na quarta-feira o ministro da Administração Interna (MAI) ordenou a abertura de um inquérito sobre a atuação policial no caso da detenção de Cláudia Simões que resultou numa denúncia contra o polícia de serviço.
Vários partidos já pediram esclarecimentos ao MAI sobre a atuação policial nesta situação.