Absolvidos suspeitos de matar e cortar cabeça de mulher em Leça

Um homem paquistanês e uma mulher tailandesa estavam acusados do homicídio e esquartejamento de uma mulher tailandesa. A cabeça da vítima foi encontrada dentro de um saco de plástico numa praia de Leça da Palmeira. Prevaleceu a presunção de inocência.

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Filipa Matias Pereira com Lusa
06/02/2020 10:20 ‧ 06/02/2020 por Filipa Matias Pereira com Lusa

País

Tribunal

Os suspeitos de terem matado e esquartejado uma mulher, cuja cabeça foi encontrada dentro de um saco de plástico, numa praia de Leça da Palmeira, foram absolvidos pelo Tribunal de Matosinhos. A informação foi avançada num primeiro momento pela TVI24, que dava ainda conta de que, neste caso, prevaleceu a presunção de inocência. 

O coletivo de juízes considerou que havia "dúvidas insanáveis", não se tendo conseguido provar nem a data, nem o local onde ocorreu o homicídio. O homem paquistanês, Waseem Haider, e a mulher tailandesaSangam Sawaiprakhon, acabaram por ser absolvidos por falta de provas. 

Na leitura do acórdão, a presidente do coletivo de juízes, Susana Pinto, salientou que a prova produzida em audiência "não permite" credibilizar a tese do Ministério Público de que foram os dois arguidos os autores dos crimes em causa. 

"Não foi possível apurar quem, como e em que circunstâncias praticou os factos", acentuou. Os autores dos crimes, sejam eles quem forem, "infelizmente vão continuar impunes", lamentou.

Os arguidos, que exploravam uma casa de massagens, começaram a ser julgados em 7 de janeiro. Aguardavam em prisão preventiva o julgamento em que estavam acusados da prática, em coautoria, de um crime de homicídio e de outro de profanação do cadáver da sua colaboradora, Natchaya Saranyaphat

A acusação sustentava que ambos "mataram a dita colaboradora tailandesa, após o que cortaram o cadáver aos pedaços, decapitaram-no e colocaram no congelador pelo menos a cabeça", em factos situado entre 28 de dezembro de 2018 e 7 de março de 2019.

Depois do homicídio, relatava o processo, "desfizeram-se dos pedaços de cadáver, deixando a cabeça acondicionada num saco plástico, dentro ou ao lado de um contentor colocado no areal da praia de Leça da Palmeira", no concelho de Matosinhos, distrito do Porto, onde foi encontrada cerca das 10h00 de 7 de março de 2019, de acordo com relatos feitos na altura por fonte dos Bombeiros de Matosinhos/Leça.

Cerca de um mês depois, em 5 de abril, a Polícia Judiciária (PJ) deteve, como alegada autora do crime, a massagista de 52 anos e de nacionalidade tailandesa. Já em 15 de agosto desse ano, a PJ anunciou a detenção de um suspeito da autoria material do homicídio qualificado e da profanação de cadáver.

Em comunicado então divulgado, a Diretoria do Norte da PJ explicou que o homem, de 32 anos, foi detido "na fronteira da Turquia com a Grécia" e é um cidadão paquistanês para quem a vítima trabalhava, que "se ausentou" de Portugal "logo que foi noticiado o aparecimento da cabeça" da mulher.

O homicídio e decapitação da vítima relacionam-se com uma alegada dívida da arguida à vítima de 10 mil euros, "que esta insistia em ver saldada", segundo a PJ.

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