Setor social disponibiliza ao Estado hospitais e cuidados continuados

As instituições do setor social colocaram ao serviço do Estado os seus hospitais, lares e unidades de cuidados continuados e garantiu continuidade no apoio domiciliário, "mesmo que a situação exija que vão muito para além das suas possibilidades".

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Lusa
19/03/2020 19:41 ‧ 19/03/2020 por Lusa

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Covid- 19

Em comunicado conjunto, hoje divulgado, a Confederação Portuguesas das Instituições de Solidariedade (CNIS), a União das Mutualidades, a União das Misericórdias e a Confederação Cooperativa Portuguesa (Confecoop) reafirmaram a sua disponibilidade para, "em total consonância com as autoridades públicas, em especial as da saúde e da segurança social" estar "presentes no terreno para tranquilizar, proteger, ajudar e cuidar de todos".

"Para isso colocamos ao serviço da comunidade os nossos hospitais, os nossos lares, as nossas unidades de cuidados continuados; mas também continuaremos a apoiar nas suas casas, quer os que já os que apoiávamos, quer os que a evolução da doença o venha recomendar. Sempre com preocupação, mas com a tranquila responsabilidade de que, mais do que cumprir um dever, estamos a servir as pessoas que precisam", lê-se no comunicado.

A decisão é tomada no âmbito do combate à pandemia de Covid- 19, que já motivou a declaração de estado de emergência em Portugal e que tem entre as preocupações centrais a proteção de grupos mais vulneráveis à infeção como os idosos e os doentes crónicos.

"Sabemos que já é e vai continuar a ser uma tarefa insana e difícil porque o inimigo é invisível e enorme a sua capacidade de penetração, sobretudo nos mais frágeis. E dos mais frágeis cuidaremos em primeiro lugar", acrescentam as organizações.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de hoje, depois de a Assembleia da República ter aprovado na quarta-feira o decreto que lhe foi submetido pelo Presidente da República, com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.

O estado de emergência proposto pelo Presidente prolonga-se até às 23:59 de 02 de abril, segundo o decreto publicado quarta-feira em Diário da República, que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que tenham justificação.

Hoje, o Conselho de Ministros aprovou as medidas que concretizam o estado de emergência, como o "isolamento obrigatório" para doentes com Covid-19 ou que estejam sob vigilância ativa, sob o risco de "crime de desobediência", a generalização do teletrabalho" para todos os funcionários públicos que o possam fazer, o fecho das Lojas do cidadão, bem como dos estabelecimentos com atendimento público, com exceção para, entre outros, as mercearias e supermercados, postos de abastecimento de combustível, farmácias e padarias.

O Governo decidiu criar, também, um "gabinete de crise" para lidar com a pandemia da Covid-19, que integra os ministros de Estado, da Administração Interna, da Defesa Nacional e das Infraestruturas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira.

O número de mortos no país subiu para quatro, com anúncio da morte de uma octogenária em Ovar, feito pelo presidente da Câmara local, horas depois de a DGS ter confirmado a existência de três vítimas mortais até às 24:00 de quarta-feira em Portugal.

Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.

 

 

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