"Já produzimos 30 e o objetivo é chegar às 100 máscaras. A produção destina-se aos cerca de 50 funcionários da instituição. Decidimos começar a fazer as nossas próprias máscaras porque estamos a ter dificuldade em comprá-las. Além da escassez, confrontamo-nos com a consequente subida de preços", explicou hoje à Lusa a diretora técnica da instituição, Mara Rebelo.
As máscaras, em tecido, reutilizáveis, são "todas diferentes umas das outras" por serem "decoradas pelos idosos com os mais diversos motivos, desde corações a flores".
"Tínhamos uma peça de teatro prevista para o dia 26, mas foi cancelada. Com os tecidos que nos tinham oferecido para o guarda-roupa da peça decidimos começar a fazer as nossas próprias máscaras de proteção", explicou a responsável.
As visitas a lares da região Norte foram suspensas no dia 07 de março para conter a propagação do novo coronavírus em Portugal.
A animadora do lar, da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Cerveira, no distrito de Viana do Castelo, "percebe de costura" e passou a orientar a "linha de produção", ocupando os idosos de "forma lúdica e divertida".
"Neste momento, estamos a fazer só para os funcionários. Queremos dar duas máscaras a cada um, mas temos recebido pedidos de várias pessoas".
Mara Rebelo adiantou que a instituição "comprava cada máscara descartável por 25 cêntimos", mas desde o início da pandemia covid-19 "os preços dispararam para mais de dois euros, dois euros e meio a unidade".
A diretora da instituição apontou a mesma dificuldade na aquisição de luvas e gel desinfetante, apesar de o lar ainda ter deste material em 'stock' e que tem de ser bem gerido.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 89.000 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.
O número de mortos no país subiu para seis.