Doações de Sangue.“O que se avizinha, é com certeza preocupante!”

A gestão nacional das reservas de sangue encontram-se sob alerta amarelo após ter sido registado uma diminuição nas colheitas. Ao Notícias ao Minuto, a Federação de Associações de Dadores de Sangue deixou um apelo para que todos, em condições, façam dádivas.

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Mafalda Tello Silva
27/03/2020 18:32 ‧ 27/03/2020 por Mafalda Tello Silva

País

Covid-19

A Federação de Associações de Dadores de Sangue (FAS) manifestou, esta sexta-feira, preocupação com o estado das reservas de sangue devido à diminuição das colheitas durante a pandemia da Covid-19.

Ao Notícias ao Minuto, a instituição vincou que, apesar de este ano já se terem verificado "níveis bastante inferiores aos em que estamos agora” no volume das reservas de sangue disponíveis – designadamente em janeiro e fevereiro devido à gripe – o cenário “que se avizinha, é com certeza preocupante”.

“Dadas as circunstâncias, qualquer diminuição no volume das reservas de sangue disponíveis para tratamento dos doentes é sempre preocupante. (…) É verdade que temos sessões de colheita agendadas que foram adiadas, sobretudo em locais onde existam focos de infeção do novo coronavírus”, sublinhou o presidente da direção, Joaquim Mendes Silva.

Considerando que o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) ativou, esta semana, o alerta amarelo da gestão nacional de reservas de sangue após ter registado uma diminuição nas colheitas de sangue no país de cerca de 50%, desde o início de março, o responsável garantiu que a FAS está a dar apoio a todas as associações e grupos filiados da federação sob as normas do IPST.

“Temos publicado no nosso site e no Facebook todas as medidas preconizadas para a situação emergente emanadas pela Direção Geral de Saúde e pelo IPST”, reforçou.

Relembrando que “as reservas são sustentáveis na medida em que os dadores compareçam nas sessões de colheita de sangue”, Joaquim Mendes Silva apontou que caso haja “uma situação de falha grave nas reservas de sangue” a única solução será “fazer um apelo maciço aos portugueses para que façam a sua doação de sangue”.

“[Neste momento] os grupos de sangue mais relevantes A+, A- e 0+ estão com reserva até 10 dias e o 0- está com uma reserva de 4 até 7 dias. Os restantes grupos são irrelevantes, pela sua raridade, mas ainda assim, apenas o B- está com reserva até 4 dias”, confirmou o responsável apresentado os números já adiantados pelo IPST.

“Se se encontrarem com os requisitos necessários de saúde, continuem a fazer dádivas e, convidem familiares, que também se encontrem com os requisitos necessários de saúde, para se tornarem também dadores. Nesta altura de crise, vamos com certeza precisar da generosidade e solidariedade de todos”, apelou ainda o presidente da direção da instituição, recordando também que “se forem respeitadas rigorosamente todas as normas emanadas pela Direção Geral da Saúde, os dadores poderão fazer a sua dádiva com segurança”.

O IPST revelou, esta quarta-feira, que houve, desde o início da propagação do surto da Covid-19 em Portugal, uma diminuição nas colheitas de sangue em cerca de metade. Em comunicado, o instituto ressalvou, contudo, que a par desta descida também se tinha registado “uma redução nos consumos de 35%, no mesmo período de tempo, devido ao adiamento de intervenções programadas nos hospitais”.

Tendo mesmo assim “decidido ativar o nível de alerta designado por amarelo”, o IPST reforçou o apelo à doação de sangue através “do envio de SMS de convocatória de dadores ativos, do aumento da atividade da colheita de componentes por aférese, do reforço das sessões de colheita com alargamento dos respetivos horários e do agendamento prévio da dádiva com hora marcada, que permite não ter tantos dadores em simultâneo nos locais fixos de colheita”.

“Passarão a estar abertos ao domingo os Postos Fixos de Colheita dos Centros de Sangue e Transplantação de Lisboa, Coimbra e Porto. Foi aberto um novo local de colheita de sangue que funcionará nos dias úteis nos Serviços Centrais do IPST, na Avenida Miguel Bombarda, em Lisboa”, esclareceu ainda a entidade na referida nota. 

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