Em declarações à agência Lusa, Elsa Baião exemplificou que um doente da ortopedia pode vir a ser internado na medicina ou vice-versa, com a concentração do internamento dos respetivos serviços.
A presidente do conselho de administração justificou que, nas urgências médico-cirúrgicas de Caldas da Rainha e Torres Vedras, já há duplicação de equipas, desde que abriram os centros de teste e zonas de internamento para doentes da covid-19.
Por outro lado, o CHO "está a organizar-se" no sentido de melhor rentabilizar todos os seus meios humanos, em caso de vir a ter mais profissionais infetados ou em situação de quarentena.
A concentração de internamento vai ser "ajustada em função das necessidades", adiantou.
Nos três hospitais do CHO, existe um médico e dois enfermeiros infetados e 70 profissionais em quarentena, por contacto com outros profissionais de saúde ou doentes infetados.
Desses, cerca de 40 estão afetos à urgência básica de Peniche, que foi encerrada pelas autoridades locais de saúde pública.
Elsa Baião disse que os 70 profissionais estão a ser testados, por indicação das autoridades de saúde.
A este número acrescem outros profissionais da urgência de Torres Vedras que não estão de quarentena, por determinação da autoridade de saúde pública, mas foram identificados e estão em avaliação por terem mantido contacto com o médico infetado, a desempenhar funções nos três hospitais do CHO, antes de entrar em quarentena.
Na sexta-feira à noite, as autoridades locais de saúde pública determinaram o encerramento da urgência básica do hospital de Peniche, em virtude de toda a equipa ter ficado em quarentena por contacto com um doente, que foi sujeito ao teste à covid-19 no Hospital de Santa Maria e deu negativo.
O doente foi então transferido para Peniche, onde voltou a ser submetido ao teste e acusou positivo, tendo sido transferido para Caldas da Rainha, onde se encontra internado.
Dos 32 profissionais da urgência - 19 enfermeiros, três médicos e 10 auxiliares - dois enfermeiros deram positivo, além do médico, e o CHO aguarda pelos resultados dos testes realizados aos restantes.
Questionada sobre a reabertura da urgência básica de Peniche, Elsa Baião disse que não é possível realocar meios em Peniche devido à sobrecarga dos serviços hospitalares e que a unidade só deverá reabrir por determinação das autoridades de saúde pública, isto se não surgirem mais focos de infeção confirmados na equipa.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche e detém uma área de influência constituída, a par destes três concelhos, pelas populações de Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã e de parte dos municípios de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estevão das Galés e Venda do Pinheiro).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).
Dos infetados, 726 estão internados, 230 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.