"Percebi que iria haver uma real necessidade de alojamento solidário. A própria atividade estava a disponibilizar-se para oferecer esse alojamento, mas de uma forma muito avulsa e completamente dispersa. Daí surgiu a ideia de criar uma plataforma que permitisse centralizar a oferta e a procura", referiu o mentor da Rooms 4 All (www.rooms4all.pt), Mário Ferreira.
Apresentada no mundo digital em 21 de março, a plataforma ainda só está disponível em versão beta (em estágio de desenvolvimento), não tendo ofertas visíveis aos utilizadores, mas já tem recebido vários pedidos de ajuda diariamente, para os quais tenta encontrar solução.
"Provavelmente, estaremos a receber mais de 10 pedidos diários de ajuda e acreditamos que não estaremos a receber ainda mais porque as pessoas conseguem perceber que as ofertas que ali estão são demonstração", disse o responsável.
Para Mário Ferreira, o projeto sofre com a falta de uma "âncora de credibilização", porque as pessoas têm dúvidas sobre os interesses da iniciativa.
Apesar de haver muita procura, não há oferta suficiente para cobrir as necessidades.
"O que nos dói é que, todos os dias, recebemos pedidos do mais variado tipo de necessidades reais de alojamento, que a nossa plataforma podia ajudar também a cobrir, e, neste momento, não conseguimos ter oferta suficiente para cobrir o território nacional", afirmou o responsável pela Rooms 4 All.
Mário Ferreira sublinhou que a ideia é abranger todas as pessoas com dificuldades, mesmo não sendo profissionais de saúde.
"Se nós conseguirmos ajudar uma ou duas famílias fora do âmbito dos profissionais de saúde, já valeu todo este esforço. Às vezes, chegam-nos mensagens de cortar o coração", frisou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 190.000 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito na quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 209 mortes, mais 22 do que na véspera (+11,8%), e 9.034 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 783 em relação a quarta-feira (+9,5%).
Dos infetados, 1.042 estão internados, 240 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.