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Principais decisões e posições sobre uso de máscaras de proteção

Portugal poderá rever os critérios para a utilização de máscaras para conter a propagação do novo coronavírus, um assunto em que ainda não existe consenso científico nem político.

Principais decisões e posições sobre uso de máscaras de proteção
Notícias ao Minuto

19:18 - 06/04/20 por Lusa

País Covid-19

Estas são algumas das principais datas de posições e decisões em Portugal e no resto do mundo obre o uso de máscaras nos meses mais recentes da pandemia de covid-19:

Cronologia

4 de fevereiro

- Direção-geral da Saúde (DGS) afirma que não é preciso uso de máscaras em Portugal para proteção contra o novo coronavírus exceto cuidadores de pessoas infetadas, citando recomendações do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.

7 de fevereiro

- Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para escassez crónica de máscaras e outros equipamentos de proteção.

- China divulga orientações para uso de máscaras descartáveis pela população em ambientes como escolas, estabelecimentos de saúde, ou locais de trabalho, reservando máscaras cirúrgicas para profissionais de saúde ou cuidadores de pessoas doentes.

27 de fevereiro

- Em Espanha, federação de distribuidores farmacêuticos afirma que procura de máscaras aumentou 8.000% e alerta para "alarme infundado".

3 de março

- Presidente francês, Emmanuel Macron, anuncia requisição de todo o 'stock' de máscaras de proteção, incluindo as que venham a ser fabricadas.

 4 de março

- Rússia proíbe até junho exportação de máscaras sanitárias e outros equipamentos de proteção.

 5 de março

- Ministério do Comércio da China, país que produz mais máscaras no mundo e onde começou em dezembro passado a pandemia de covid-19, reconhece que oferta de máscaras de proteção não satisfaz procura.

 6 de março

- Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, garante que não haverá restrições financeiras para hospitais comprarem máscaras e outro material de proteção, apesar do aumento de preços.

 7 de março

- Rede social Facebook proíbe temporariamente anúncios a máscaras para evitar aproveitamento das preocupações dos cidadãos.

14 de março

- Ministra da Saúde portuguesa, Marta Temido, admite 'stocks' baixos de máscaras e anuncia compra de um milhão para profissionais de saúde.

15 de março

- Sindicato dos Enfermeiros Portugueses aponta escassez de máscaras disponíveis para estes profissionais, especialmente desde o aumento do número de hospitais de referência para tratar a covid-19.

18 de março

- Governo checo torna obrigatório cobrir boca e nariz em lugares públicos, o primeiro país europeu a fazê-lo.

19 de março

- Autoridade de Segurança Alimentar e Económica fiscaliza farmácias para averiguar denúncias de especulação de preços em material de proteção contra novo coronavírus.

20 de março

- Associação Nacional de Farmácias pede intervenção de autoridades reguladoras para repor acesso a máscaras e desinfetantes por parte das farmácias, que aumentaram preços devido a escassez.

- Ministério do Ambiente e Ação Climática pede a portugueses para deitarem fora máscaras e luvas nos contentores de resíduos indiferenciados e não nos ecopontos.

21 de março

- França anuncia encomenda de 250 milhões de máscaras para fazer face à escassez.

22 de março

- A diretora geral da Saúde, Graça Freitas, aponta a "falsa sensação de segurança" que as máscaras podem dar aos cidadãos, declarando mesmo que se trata apenas de "um pedaço de tecido na boca" que não confere proteção total, pois o vírus pode passar "com a humidade".

- Uzbequistão fecha fronteiras e exige aos cidadãos que usem máscaras na rua, com multas para quem não cumprir.

23 de março

- Santa Casa da Misericórdia de Macau doa um milhão de máscaras às suas congéneres portuguesas.

27 de março

- Chegam a Portugal 4,6 milhões de máscaras e outros equipamentos de proteção.

- Diretor do centro chinês para o controlo e prevenção de doenças, Gao Fu, declara à revista Science que "grande erro" dos Estados Unidos e da Europa foi não decretar o uso de máscaras pela população quando pandemia surgiu.

28 de março

- Ministro da Saúde de França, Olivier Véran, anuncia encomenda de mais de mil milhões de máscaras, estimando que o país precise de 40 milhões por semana.

- Nações Unidas doam 250 mil máscaras aos Estados Unidos para serem usadas na cidade de Nova Iorque, fortemente atingida pela pandemia.

29 de março

- Eslovénia confina cidadãos em casa e obriga a uso de máscara em supermercados e outros espaços abertos ao público.

- Primeiro-ministro checo, Andrej Babis, recomenda ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que torne obrigatório o uso de máscaras, como fez o seu país.

30 de março

- Governo austríaco torna obrigatório uso de máscara de proteção nos supermercados.

- Bulgária torna obrigatórias mascaras de proteção em todos os locais públicos.

- Responsável do programa de emergências da OMS, Paul Ryan, afirma que há "algumas provas" de que o uso de máscaras generalizado pode ter riscos, indicando que as máscaras mal colocadas podem obrigar a levar mais vezes a mão na cara.

- Ministério da Administração Interna português distribui 30.000 máscaras aos bombeiros.

- Ministério da Justiça distribui 13.900 máscaras em estabelecimentos prisionais e centros educativos e 8.100 ao hospital prisional de Caxias.

31 de março

- OMS alerta que uso de máscara pode dar falso sentimento de segurança e fazer esquecer outras medidas de prevenção, como lavar bem as mãos. Mantém que uso de máscara só é essencial para pessoas com sintomas, profissionais de saúde e cuidadores de doentes em casa.

- Presidente francês, Emmanuel Macron, promete que país irá começar a produzir cerca de 10 milhões de máscaras semanalmente.

1 de abril

- Primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, diz aos cidadãos para usarem máscaras fora de casa

 2 de abril

- OMS anuncia que vai reavaliar recomendações sobre uso de máscaras para prevenir contaminação.

- Governo japonês anuncia que cada domicílio receberá duas máscaras de proteção reutilizáveis, totalizando 100 milhões de unidades.

- Ministério da Administração Interna português distribui mais 122.000 máscaras a bombeiros e elementos das forças de segurança.

- Presidente da Câmara de Nova Iorque, Andrew Cuomo, pede a habitantes que cubram a cara quando saem à rua.

3 de abril

- Presidente do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas, Fausto Pinto, critica DGS por não recomendar uso generalizado de máscara, apontando que não é verdade que sejam ineficazes, considerando que se trata de "um artifício" porque "não há máscaras suficientes".

- Diretora-geral da Saúde, Graça Freirfas, afirma que nenhuma medida isolada no combate À covid-19 "é milagrosa" e que uso generalizado de máscara será decidido alinhado com recomendações internacionais.

- Secretário de Estado da Saúde português, Lacerda Sales, anuncia que chegarão a Portugal 24 milhões de máscaras em abril e mais 1,8 milhões até final de maio.

- Instituto alemão de prevenção e controlo de doenças Robert Koch revê posição e admite que uso de máscaras faciais em locais públicos, mesmo por pessoas sem sintomas, pode ser eficaz para conter epidemia.

- Investigadores da Academia das Ciências norte-americana afirmam que novo coronavírus também se transmite quando pessoas falam e respiram, concluindo que usar máscaras ou lenços na cara pode minimizar propagação.

- Centro para Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano recomenda a toda a população americana que cubra rostos em público com máscaras artesanais, lenços ou trapos para reservar máscaras médicas para profissionais de saúde, devido à escassez.

- Após anunciar estas novas orientações federais, Presidente norte-americano, Donald Trump, afirma que não usará máscara.

- Academia de Medicina francesa recomenda uso obrigatório de máscara como adição lógica às medidas de barreira contra contaminação.

- Comissão Europeia anuncia suspensão temporária de tarifas alfandegárias e IVA sobre importações de equipamento para combater pandemia, incluindo máscaras.

- Norma da DGS alarga recomendação de uso de máscara a outras situações fora das instituições de saúde para pessoas como bombeiros, trabalhadores de limpeza, alfandegários, apoio aos sem-abrigo ou trabalhadores de morgues.

 4 de abril

- Diretor geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Ghebreyesus, afirma que organização está a avaliar o potencial uso mais alargado de máscara.

- Ministra da Saúde, Marta Temido, reitera que uso de máscaras, luvas e toucas é aconselhado para profissionais de saúde e pessoas que possam estar em contacto com doentes de covid-19.

- Região italiana da Lombardia, uma das mais atingidas pelo novo coronavírus, exige aos cidadãos uso de máscara de proteção no exterior.

 5 de abril

- Ministra da Saúde portuguesa diz em entrevista à RTP1 que DGS pediu parecer sobre uso generalizado de máscaras e foi aconselhada a adotar essa medida, mas não adiantou se a recomendação vai ser seguida em Portugal.

- Conselho de Escolas Médicas Portuguesas volta a defender uso generalizado de máscaras pela população para combater pandemia, baseando-se em artigos científicos internacionais.

- Nas contas feitas à exportação de material de proteção para mais de 50 países, China vendeu desde 01 de março o equivalente a 1,33 mil milhões de euros, incluindo 3,86 mil milhões de máscaras. Milhões de máscaras foram devolvidos por vários países que se queixaram de falta de qualidade.

 6 de abril

- Diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirma-se alinhada com OMS sobre utilização de máscaras pela generalidade da população. Declara que é preciso "aguardar mais uns dias" para que posição seja revista e que DGS está a analisar pareceres pedidos.

- Ordem dos Médicos defende revisão dos critérios para uso universal de máscaras de proteção pelos profissionais de saúde e população em geral.

- OMS admite alargar uso de máscaras à população em geral em países onde não haja acesso fácil a água para lavagem das mãos ou onde as condições de habitação não permitam salvaguardar o distanciamento físico entre pessoas, frisando que a prioridade deve continuar a ser máscaras para profissionais de saúde, sobretudo devido à escassez de equipamentos de proteção a nível mundial.

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