"Os preparativos estão concluídos e, com uma prontidão quase imediata, podem ser aqui recebidas pessoas. Vamos ver se será necessário, se tudo correr bem não será, mas estamos preparados para essa eventualidade, caso seja", referiu o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, em declarações aos jornalistas.
O governante falava durante uma visita à Base Naval de Lisboa, em Almada, no distrito de Setúbal, onde teve o objetivo de ver os "preparativos" do novo equipamento, que disponibiliza 350 camas para "doentes, pessoas não infetadas que precisem de isolamento ou profissionais de saúde", nomeadamente do Hospital Garcia de Orta, localizado no concelho.
Segundo Gomes Cravinho, o encaminhamento das pessoas será feito pelas várias regiões do país em conjunto com a Proteção Civil, a Administração Regional de Saúde e as autarquias.
"Há todo um processo de decisão que começa no momento de deteção de uma necessidade com as autarquias, que estão em contacto com a Proteção Civil, com a Administração Regional de Saúde e o Secretário de Estado responsável. Havendo necessidade, imediatamente disponibiliza-se este espaço", explicou.
Nesta visita também esteve presente o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e coordenador da declaração do Estado de Emergência na região de Lisboa e Vale do Tejo, Duarte Cordeiro, que frisou como esta é uma resposta "muito importante".
"Na realidade nós gostaríamos que não viesse aqui parar nenhum cidadão, mas a região de Lisboa e Vale do Tejo é muito grande, nem todos os concelhos têm a mesma capacidade de ter respostas por si só e, portanto, é muito natural que surja uma situação em que tenhamos uma instituição, um lar ou outro tipo de equipamentos, como aconteceu esta semana", referiu.
De acordo com o responsável, o equipamento da Marinha vai disponibilizar refeições e lavandaria, a Segurança Social garantiu auxiliares de apoio e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo irá assegurar o apoio médico.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 172.500 mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 558 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 762 pessoas das 21.379 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.