"O risco de contágio não desapareceu", alerta Graça Freitas
A diretora-geral da Saúde falou, esta manhã, numa conferência de imprensa no Palácio da Ajuda, em Lisboa.
© Gerardo Santos / Global Imagens
País Covid-19
Após ter sido assinado o protocolo de cooperação para o setor do comércio e serviços no Palácio da Ajuda, a diretora-geral da Saúde sublinhou mais uma vez ao país que o "risco de contágio não desapareceu" num momento em que Portugal se prepara para reabrir vários serviços e estabelecimentos comerciais.
"A transmissão do novo coronavírus não desapareceu. O risco de contágio é uma realidade que as autoridades de saúde, a população e os operadores económicos não podem ignorar. Por isso, mais do que nunca, é fundamental que sejam aplicadas regras de saúde, higiene e segurança", advertiu.
Graça Freitas começou por recordar que a pandemia "trata-se de um problema e de um desafio complexo para a saúde pública a nível planetário", de "transcendências económica e social".
Neste sentido, para a responsável, a Direção-Geral da Saúde (DGS) tem respondido ao desafio "trabalhando de forma alinhada e intersetorial em três vertentes essenciais" para a proteção da saúde e da prevenção e controlo de uma epidemia, com a "avaliação, gestão e comunicação do risco".
"Portugal e o SNS demonstraram estar à altura perante um desafio sem precedentes", disse, acrescentando que a transmissão do novo coronavírus no país foi possível controlar "à custa das medidas governativas adotadas e do comportamento exemplar dos cidadãos, além dos profissionais da Saúde".
Para a diretora-geral, o regresso da atividade vai ser feito de forma “progressiva, faseada, cautelosa mas, também, segura”, sendo necessário ainda que cada um tenha sentido de responsabilidade. "O papel de cada cidadão torna-se mais exigente", vincou.
Reabertura da atividade económica "é simultaneamente uma necessidade e um risco"
Ainda na mesma conferência de imprensa, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes, elogiou as medidas tomadas por Portugal, desde o 'lay-off', até à adoção de linhas de financiamento.
"Infelizmente, as consequências práticas e a operacionalidade dessas medidas estiveram bastante longe das necessidades, apesar de os dois pilares da estratégia de curto prazo terem sido corretamente delineados", declarou.
João Vieira Lopes acentuou depois que a reabertura da atividade económica, a partir de segunda-feira, "é simultaneamente uma necessidade e um risco".
"Há uma pressão social e há uma pressão económica. Mas é um risco porque se verifica uma ausência de experiência relativamente a situações semelhantes. Ora, isto pode reservar-nos algumas surpresas", advertiu.
Por outro lado, de acordo com o presidente da Confederação do Comércio e Serviços, colocam-se também dúvidas sobre o real impacto económico da reabertura das atividades.
"Tirando os nossos colegas cabeleireiros e barbeiros, que já têm marcações para várias semanas, aos outros ramos de atividade coloca-se um desafio de confiança. Temos um papel a desempenhar nesse sentido", acrescentou.
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