"O vírus continua presente e os materiais de proteção continuam ausentes", afirmou à Lusa o secretário-geral do SIM, Roque da Cunha, reforçando que é "muito escasso" o material de proteção para equipar os profissionais de saúde.
"Mais de 550 médicos, mais de 800 enfermeiros e mais de 1.200 assistentes operacionais e trabalhadores da limpeza estão infetados", informou Roque da Cunha, lamentando que o Ministério da Saúde tenha deixado de dar oficialmente esses dados.
Sobre a falta de informação oficial quanto ao número de trabalhadores infetados em hospitais e centros de saúde, o sindicato considerou que tal representa "insensibilidade perante os profissionais de saúde", acrescentando que, desde o início da pandemia, "a ministra da Saúde tem desvalorizado muito essa matéria".
Com o desconfinamento gradual e o aumento da circulação dos cidadãos, a situação preocupa o sindicado dos médicos, pois é necessário "cuidado extremo" no funcionamento dos equipamentos de saúde, nomeadamente o reforço da proteção individual dos profissionais, defendeu Roque da Cunha.
"Lembramos que são cerca de 30 mil pessoas que estão infetadas e que os materiais de proteção não estão a chegar ao ritmo que deveriam e os profissionais de saúde continuam a ser infetados", reforçou o secretário-geral do SIM, referindo que a situação pode ser "ainda pior" com o desconfinamento.
Portugal contabiliza 1.023 mortos associados à covid-19 em 25.190 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.
Relativamente ao dia anterior, há mais 16 mortos (+1,6%) e mais 203 casos de infeção (+0,8%).
Das pessoas infetadas, 855 estão hospitalizadas, das quais 150 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 1.647 para 1.671.
Portugal termina às 23:59 de hoje o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e passa para uma situação de calamidade.
Entre outras medidas, o plano do Governo para continuar a combater a covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.