Marta Temido começou esta conferência de imprensa de domingo, que começou com algumas horas de atraso, com uma pergunta sobre as celebrações religiosas, tema que tinha sido abordado numa entrevista na véspera. "Deixe-me ser muitíssimo clara sobre aquilo que foi ontem a minha intervenção: todos sabem que a Igreja Católica já decidiu há muito tempo e com muita prudência que este ano não ia haver celebrações do 13 de Maio em Fátima", disse a ministra da Saúde, explicando que "o que ontem o ministério da Saúde pretendeu explicitar é que há uma diferença entre peregrinos e celebrantes", disse.
A ministra falou ainda sobre a questão das máscara, depois de questionada pelo preços que poderão ser praticados. Marta Temido indicou que as autoridades estarão atentas aos preços destes itens de proteção pessoal, mas, no caso das pessoas não poderem pagar, aconselhou a "utilização do tecido fabricado em casa, alternativo", desde que observem as normas de segurança.
Quando questionada sobre o número de camas disponíveis nas unidades de cuidados intensivos, Marta Temido falou numa taxa de ocupação de 49%. "A resposta para os pacientes adultos ronda as 400 camas, que neste momento estão com uma taxa de ocupação de 49%", disse a ministra da Saúde, depois de explicar que existem três tipologias diferentes — "para adultos, pediátricas e neonatais".
A diretora-Geral de Saúde, Graça Freitas, abordou a questão da imunidade, em particular um estudo realizado na Coreia do Sul. A responsável diz que o estudo "é positivo", mas que terão que se aguardar "novos estudos, de outras partes do mundo”. "Algo muito importante, é o que já dissemos: ter anticorpos é uma coisa, ter imunidade é outra. É muito importante saber também a duração dessa imunidade", explicou.
Graça Freitas explicou, ainda, como são reunidos os dados dos casos confirmados de infeção, que nos últimos dias têm sido submetidos a retificações por causa de números duplicados. "O número de doentes que testaram positivo é feito com base em dois tipos de informação: o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), que é um formulário preenchido pelo médico, e com base laboratorial - ou seja, os laboratório notificam quando têm um caso positivo, as notificações são muito mais incompletas", disse, explicando que esta é a razão pela qual o boletim epidemiológico deste domingo não atualizou os dados ao nível dos concelhos, mantendo-se iguais aos de sábado.
Sobre as assimetrias nos números a nível local, que o autarca de Ovar voltou a apontar, a diretora-geral de Saúde explicou que se trata de "afinamentos que são feitos a nível local" e que as autoridades locais sabem com mais precisão onde residem os doentes que são testados. "Á medida que os concelhos nos vão dado informação, também vamos afinando a nossa", acrescentou, ressalvando que, "obviamente", as autoridades de Saúde local têm um acesso mais rápido e pormenorizado à informação.
Pode acompanhar abaixo a conferência de imprensa diária de atualização de informação sobre a pandemia da Covid-19 em Portugal: